CLONAGEM GÊNICA DE UM ALÉRGENO RECOMBINANTE PRESENTE NO VENENO DE ARANHA-MARROM (LOXOSCELES INTERMEDIA)

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Aluno de Iniciação Científica: João Paulo Stanke Scandelari (PIBIC/CNPq)

Curso: Biomedicina (MT)

Orientador: Waldemiro Gremski

Co-Orientador: Silvio Sanches Veiga

Colaborador: Thiago Lopes De Mari

Departamento: Biologia Celular

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 90400003


RESUMO

O gênero Loxosceles inclui várias espécies popularmente conhecidas como aranhas-marrons. O envenenamento pode causar, entre outras manifestações clínicas, quadros inflamatórios que incluem aumento da permeabilidade vascular, edema e intenso infiltrado leucocitário no local da picada. Relatos de acidentes com animais peçonhentos comumente causam reações alérgicas assim como choque anafilático. As moléculas descritas no veneno de Loxosceles intermedia incluem fosfolipases-D, hialuronidases, metaloproteases e toxinas não-enzimáticas. Devido ao pequeno volume produzido e a baixa representatividade dessas toxinas no veneno, técnicas de biologia molecular permitem a identificação e expressão dessas e identificação de várias toxinas. O objetivo deste trabalho é a clonagem e expressão de um alérgeno presente no veneno de L. intermedia para posterior estudo de sua atividade biológica e produção de anticorpos. Em trabalhos realizados anteriormente pelo Laboratório de Matriz Extracelular e Biotecnologia de Venenos foi identificado a partir de uma biblioteca de cDNA de L. intermedia um alérgeno que apresenta identidade com alérgenos presentes em algumas espécies de vespas e formigas. A sequência nucleotídica desse alérgeno possui 1200 pb. Por meio de predição da sequência aminoacídica foram encontrados possíveis sítios de N-glicosilação. Segundo o banco de dados ProtFam esta molécula pertence a uma família de proteínas ricas em cisteínas. Foram desenhados primers contendo os sítios específicos para enzimas Sac I e Xho I, a fim de propiciar a ligação do inserto direcionada ao vetor. Por meio de técnicas de PCR, a sequência nucleotídica foi amplificada e analisada em gel de agarose 1,5%. O produto de PCR foi extraído, purificado e submetido à digestão por enzimas de restrição Sac I e Xho I. O inserto digerido e purificado foi ligado ao vetor pET-20b e transformado em E. coli DH5-alfa eletrocompetente. A obtenção do alérgeno recombinante será feita através de modelo heterólogo procariótico em cepa de E. coli BL21(DE3)pLysS, pretendendo-se utilizar cromatografia de afinidade com coluna Ni-NTA para purificação. Os passos seguintes envolvem a verificação da sequência nucleotídica por meio de sequenciamento para transformação e testes de indução em cepa de expressão. A obtenção de um alérgeno recombinante permitirá a caracterização biológica e bioquímica desta molécula, assim como a produção de anticorpos em coelhos, proporcionando uma bioferramenta para o estudo das reações de hipersensibilidade relacionadas ao loxoscelismo.

Palavras-chave: Alérnego, Loxosceles, Hipersensibilidade