RESUMO

As atuais crises econômica e ecológica globais evidenciam e expõem a insustentabilidade do padrão produtivo da agricultura industrial. Ao contrário dos sistemas convencionais de produção, diversos estudos realizados com sistemas agroecológicos têm mostrado a viabilidade e sustentabilidade ecológica, social e econômica desses agroecossistemas, dadas principalmente pela sua alta capacidade de resiliência, diversidade, auto-suficiência, produtividade e elasticidade. O presente estudo teve como objetivo analisar economicamente o caso de um agroecossistema de mandioca rotacionado com milho verde, no município de Palotina/PR, em uma propriedade rural, classificada segundo o IBGE (2013) como de agricultura familiar, no qual o manejo dos agroecossistemas seguem os preceitos agroecológicos de produção agrícola. A metodologia aplicada baseou-se na coleta de dados primários e secundários, com a aplicação de entrevistas semi-abertas acerca dos itinerários técnicos, contando também com visitas à propriedade analisada, na qual incluíam questões técnico-agrícolas e sócio-econômicas, que foram posteriormente transformadas em unidades monetárias e analisadas segundo o método proposto por Matsunaga et al., (1976). Evidenciou-se o grande emprego de mão-de-obra não remunerada formalmente, característica marcante dos sistemas produtivos familiares, bem como o emprego de maquinário já depreciado. Concluiu-se que para melhoramento considerável da sustentabilidade econômica desse agroecossistema deve-se investir em tecnologias adequadas, como máquinas de menor porte, preferencialmente em sistema coletivo de compra, uso, manutenção e conservação, para otimização do capital investido, bem como adequações no sistema administrativo, prevendo a remuneração dos trabalhadores pertencentes ao núcleo familiar, proporcionando assim uma adequada visão da relação custo-receita da produção de mandioca-milho-verde.

Palavras-chave: Segurança Alimentar, Agroecologia, Administração Rural