RESUMO

Tanto a perspectiva geracional presente nos textos de Adalice Araújo, quanto a ideia de geração empregada na esfera da crítica do eixo Rio de Janeiro/São Paulo durante a década de 80, convergem na expressão Geração 80, o que causa certa confusão e torno da ideia de geração, que torna-se imprecisa, sobretudo nos textos de Adalice Araújo. No discurso da crítica e historiadora paranaense, a ideia ou conceito de geração está presente pelo menos desde a sua tese de livre docência de 1974, na qual as gerações de artistas de 40, 50, 60 e 70 perfazem uma divisão da História da arte do Paraná. Nas críticas e textos publicados no jornal Gazeta do Povo entre os anos de 1981 e 1989 o conceito de geração persiste no discurso de Adalice Araújo. Destaca-se nesse caso a expressão Geração 80, a qual é empregada por Adalice Araújo para designar os jovens artistas paranaenses. Por outro lado, no que tange a esfera da crítica de arte brasileira, sobretudo aquela que compreende o eixo Rio de Janeiro/São Paulo, a expressão Geração 80 surge a partir da exposição "Como vai você, Geração 80?", realizada em 1984, no Parque Laje, Rio de Janeiro. Uma exposição que, pelo seu escopo centrado na pintura, indica antes um grupo que trabalha dentro de uma perspectiva determinada, do que toda uma geração. A partir dos dados levantados nos textos da crítica paranaense publicados no jornal Gazeta do Povo e de uma pesquisa bibliográfica paralela, pretende-se analisar o conceito de Geração 80 na crítica de Adalice Araújo, a fim de estabelecer de que maneira a perspectiva geracional presente nos seus textos se relaciona a ideia de geração empregada na esfera da crítica brasileira durante a década de 80. Ao procurar precisar o conceito de geração em Adalice Araújo, espera-se contribuir para o entendimento para sua produção crítica, assim como para a valorização e descentralização da esfera crítica brasileira.

Palavras-chave: Adalice Araújo, Geração 80, Crítica de Arte