UMA REFLEXÃO SOBRE A PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA A PARTIR DE HUSSERL

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Aluno de Iniciação Científica: Luana Martins Sorrentino (IC-Voluntária)

Curso: Psicologia (MT)

Orientador: Joanneliese de Lucas Freitas

Departamento: Psicologia

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70701008


RESUMO

A Psicologia apropria-se da Fenomenologia, muitas vezes com o intuito apenas de trazer alguma fundamentação teórica para suas práticas. Quando na verdade poderia utilizar seu método para constituir-se como uma ciência realmente rigorosa da subjetividade. Assim, como está hoje, ou lhe falta rigor epistemológico e metodológico ou lhe escapa o subjetivo e o sentido do homem, aquilo mesmo que se propõe a estudar. Acabam configurando-se inúmeras Psicologias ditas fenomenológicas, mas sem que façam Fenomenologia. Dito isso nos perguntamos: como seria uma apropriação correta da Fenomenologia pela Psicologia? Poderia haver uma Psicologia realmente fenomenológica? Se sim, como ela seria? O que Husserl pensava ser possível para uma Psicologia Fenomenológica? E se ele não elaborou o suficiente, qual contribuição sua filosofia e seu método podem realmente nos dar? Com essas perguntas em mente, resolvemos investigar quais as possibilidades de uma psicologia realmente fenomenológica. Para isso, procuramos delinear a proposta de Husserl para a psicologia fenomenológica em seu último livro, por encontrar-se ali sua principal e última elaboração a respeito. Também recorremos a outros autores para melhor compreensão das ideias husserlianas, principalmente Ales Bello e Goto, pois pudemos constatar que a obra de Husserl é realmente difícil de entender. Além disso, suas ideias não foram sistematizadas, o que tornou compreensível a dificuldade que os psicólogos encontram no correto entendimento de suas ideias e a confusão decorrente disso. Além de sua proposta, ficamos atentos às principais ideias husserlianas que tenham um possível interesse para a psicologia e algumas importantes que encontramos foram: vivência, corpo, psique, espírito, entropatia, intersubjetividade, sentido, consciência, mundo vivido. Tomando conhecimento da proposta de Husserl para a Psicologia Fenomenológica, podemos concluir que ou há realmente muito equívoco em relação ao que ele propôs ou o que entende-se hoje por Psicologia Fenomenológica é algo diferente e distinto do que ele pensou. Como Goto (2008), acreditamos que ainda é preciso desenvolver o projeto começado por ele e sua aplicação correta e possível na psicologia.

Palavras-chave: Fenomenologia, Psicologia Fenomenológica, Husserl