REPRESENTAÇÃO E CRÍTICA SOCIAL NO CINEMA DE HORROR: O CAPITALISMO E A FAMÍLIA NORTE-AMERICANA EM O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA (1973 – 1979)

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Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Müller Larocca (PET)

Curso: História (T)

Orientador: Dennison de Oliveira

Departamento: História

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70503001


RESUMO

A década de 1970 surge para os Estados Unidos como uma década menos esperançosa e expansiva que a anterior. O país encontrava-se abalado pela experiência e consequente derrota no Vietnã, pelas sucessivas crises do petróleo, a recessão mundial que se seguiu e pela concorrência japonesa que despontava mundialmente com suas indústrias e comércio. Nacionalmente era marcado por tensões, escândalos políticos, como a crise de Watergate, econômicos como a falência técnica de cidades importantes como Nova Iorque e reivindicações sociais de grupos até então minoritários e excluídos como os negros, mulheres e gays. Pressupostos tradicionais sobre sua onicompetência e onipotência foram sendo gradualmente desacreditados. A visão de mundo anterior a tais tensões e crises se baseava em uma ideia de individualismo, fácil de ser sustentada e disseminada por meio de uma produtividade crescente e hegemonia internacional, o que criava uma crença na prosperidade e no conformismo da população. Ao perceber a complexidade do período abordado, mostra-se indispensável pensar em suas produções cinematográficas, que despertaram e aguçaram angústias, medo e indignação, além de estabelecerem um diálogo com o ambiente em que se encontravam. Desta forma, este trabalho visa compreender e perceber as representações e considerações acerca da sociedade norte-americana por meio da contribuição e relevância do cinema de horror, por meio da produção "O Massacre da Serra Elétrica" dirigida pelo cineasta Tobe Hooper em 1974. Ao analisar a fonte esta pesquisa objetiva reconhecer e ponderar a construção de uma imagem decadente e apocalíptica dos Estados Unidos e de suas instituições políticas, econômicas, culturais e sociais. Pretende-se investigar como vivências contemporâneas à produção interferiram e foram interpretadas na construção do projeto ideal norte-americano, o "american way of life". Sendo assim, como a fonte cinematográfica escolhida, valendo-se de uma família de assassinos, estabelece uma imagem distorcida dos valores tradicionais ocidentais, além da consequente crítica, muitas vezes com abordagem irônica, ao sistema capitalista, à família nuclear e ao trabalho assalariado. Tendo em vista tais aspectos, esta pesquisa dividiu-se em três momentos fundamentais: leituras teóricas acerca da relação entre cinema e História, além de aspectos principais do gênero de horror; leituras para compreensão por meio do debate historiográfico da situação da década de 1970 e por último uma análise da fonte escolhida com o apoio de artigos voltados para o estudo de tal produção cinematográfica.

Palavras-chave: Indústria Cultural, História e Cinema, Representação