RESUMO

O presente projeto de pesquisa buscou analisar, no ano de 2012, o contexto social, político, cultural do século XI da Península Ibérica muçulmana, especialmente acerca do Reino de Sevilha – um dos reinos taifa ibéricos, que surgiram após o fim do Califado de Córdoba, com a pulverização dos poderes regionais onde hoje estão localizados Portugal e Espanha. Para tal, foi escolhido no estudo um personagem emblemático, o poeta e diplomata Ibn Ammâr de Silves (1031 d.C./ 423 aH – 1086 d.C./ 479 aH) – não somente através de suas contribuições poéticas ou políticas, mas em conjunto com sua trajetória de vida que o possibilitou partir de um posição humilde em sua infância para ser o principal diplomata de Sevilha. Incluímos conjuntamente na análise o terceiro governante da dinastida abadita e o chefe de Estado do qual o poeta foi amigo íntimo e conselheiro, al-Mu'tamid. Objetivou-se também inserir a história dos reinos taifa em diferentes contextos que extrapolam as fronteiras ibéricas, posicionando-a no macro do mundo muçulmano à época. A bibliografia acerca dos reinos que surgiram no século XI é escassa e a análise deu-se em torno, algumas vezes, de estudos mais gerais, o que ocasionou também uma crítica do tratamento desse período tão importante na história da Península Ibérica. Trabalhamos, em especial, como estudo mais específico acerca da temática, com estudos de dois arabistas: Adalberto Alves (1939 ) e Hamdane Hadjadji (1932 ), que elaboraram biografias e traduções das obras de al-Mu'tamid e Ibn Ammâr. A permanência islâmica nos territórios andaluzes durante oito séculos, foi criticada da mesma forma que a opção dos autores em pouco explanar a respeito dos taifa. A pesquisa se deu como primeira parte de um processo que continuará, em 2013, um aprofundamento dos estudos da temática dos e se dará privilegiando as relações entre Ammâr e al-Mu'tamid.

Palavras-chave: Andaluz, Islã, Califado de Córdoba