RESUMO

Este projeto coletivo visa compreender como e em que sentido alguns intelectuais brasileiros, ao longo do século XIX, conceberam a articulação entre formas de propriedade territorial e formas de trabalho, num momento de transição para o capitalismo no Brasil. Para tanto, um conjunto de correspondências trocadas entre André Rebouças e políticos, engenheiros e intelectuais serão analisadas, transcritas e catalogadas à luz de uma bibliografia que inclui teses e dissertações produzidas a respeito da trajetória sócio-profissional do engenheiro e abolicionista André Rebouças. As cartas tratam de questões pessoais, políticas, econômicas, estruturais e sociais. Tais como a crítica ao monopólio territorial, à grande lavoura, à escravidão e à monocultura, entendidos como obstáculos ao pleno desenvolvimento econômico e social do país. Como resultado, pretende-se a compreensão do léxico empreendido pelos intelectuais a respeito do processo de transição para uma sociedade de classes. Especificamente, foram ordenadas, transcritas e catalogadas as cartas trocadas entre André Rebouças, abolicionista e reformador social, entre 1889 e 1898 e Joaquim Nabuco, Carlos Gomes e D. Pedro II. O método utilizado foi composto pela leitura destes manuscritos e posterior comparação com as correspondências já transcritas, algumas parcialmente, disponibilizadas em arquivo digital pelo professor orientador, a fim de revisar e completar o conjunto da coletânea de correspondências. Os resultados e conclusões alcançados até o término da vigência deste Programa de Iniciação Científica, previsto para 31/08/2013, serão apresentados em outubro de 2013 no – UFPR. Até o momento, pôde-se compreender, a partir das correspondências trabalhadas e do livro, resultado da Tese de Doutorado do professor Alexandro Dantas Trindade: André Rebouças: um engenheiro do Império, o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Brasil a partir das controvérsias intelectuais e políticas expressas ao longo do século XIX sobre este processo, tendo como foco o nexo entre "terra, trabalho e capital" expressados, inclusive nas referidas cartas, tidas como documentos fundamentais para se compreender reflexões intelectuais e políticas e o debate em torno das perspectivas de reforma social e do movimento abolicionista, em particular.

Palavras-chave: Sociologia Brasileira, Modernização, André Rebouças