FUNDAMENTOS PICTOGRÁFICOS DA LINGUAGEM DE DESIGN METRO DA MICROSOFT

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Aluno de Iniciação Científica: Cezar de Costa (IC-Voluntária)

Curso: Design - Habilitação em Design Gráfico (M)

Orientador: Marcel Pereira Pauluk

Departamento: Design

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 61201006


RESUMO

O ano de 2012 foi marcado, entre outros, pelo lançamento do sistema operacional Windows 8, nova aposta comercial da empresa de informática Microsoft. Não só a arquitetura de informação e processamento de dados foi remodelada como também o design da interface, concebido segundo os princípios da nova linguagem de design da empresa, chamada Metro. A versão anterior do Windows havia alcançado o que se poderia chamar de "ápice ornamental". Neste momento, a Microsoft se viu frente ao dilema da evolução de seu produto: ou o Windows retomava o funcionalismo de Louis Sullivan ou mergulhava de vez no Rococó. O foco da presente pesquisa é a análise e discussão acerca da mudança de direção na estética icônica-pictórica da linguagem Metro, visando compreender o contexto do qual emergiram as mudanças apresentadas através dessa linguagem. Através de um recorte cronológico que parte do ano de 1985, adentrando os anos 90 e chegando até a atualidade, analisou-se as distinções apresentadas em um quadro comparativo de ícones de interface de usuário, seguindo o modelo disponibilizado por Marcin Wichary em seu site, um museu on-line de interfaces gráficas. Elementos gráficos considerados dispensáveis assim como efeitos abundantemente utilizados em versões anteriores foram abandonados com a finalidade de reduzir o "inchaço visual", com forte presença da tipografia e o uso de formas geométricas em cores sólidas em substituição à ornamentação e complexidade visual evidenciando um aparente retorno ao Swiss Style (Estilo Internacional)dos anos 50 e suas características mais marcantes. Ressonâncias evidentes do Die Neue Typographie (A Nova Tipografia) de Jan Tschichold, que defendia o design funcional e do Movimento Isotype, que teve início nos anos 20 a partir do esforço do sociólogo Otto Neurath em direção ao desenvolvimento de uma língua universal não dependente de palavra também estão presentes. Tais mudanças apontam um rompimento com a estética vigente indicando um gradual declínio do realismo nas interfaces nos próximos anos. Não puramente em favor da funcionalidade mas pela flexibilidade que o design passa a propiciar, agilizando o trabalho dos projetistas. Entretanto, é importante enfatizar que a adoção de uma perspectiva maniqueísta em nada contribui para a discussão. Ambas as abordagens – realista e minimalista-funcionalista – contam com boas justificativas para existir. Cabe saber contextualizá-las.

Palavras-chave: Pictogramas, Flat Design, Skeuomorphism