RESUMO

Desde os primórdios da civilização configuram-se construções que são consequências diretas do modo de vida do ser humano e do seu contexto sócio-cultural, econômico e tecnológico. As demandas habitacionais acompanham esta característica evolutiva, das consequências mais evidentes do avanço industrial e da expansão urbana foi a transição que ocorreu das habitações térreas para condomínios verticais em suas regiões centrais. Esta mudança tem uma relação intrínseca com as alternativas de flexibilidade na arquitetura, tendo em vista que uma residência unifamiliar se adapta muito mais facilmente, pois existe um terreno que delimita naturalmente a expansibilidade da edificação. Em habitações coletivas verticais, porém, é impraticável imaginar que haverá flexibilidade acidental externo – há inúmeros fatores limitantes como a ausência de um terreno unitário, restrições estruturais, e até mesmo a uniformidade do conjunto. Como esta pesquisa explicitará, contextualizando estas demandas particulares decorrentes da agregação das habitações em uma configuração vertical, a flexibilidade dentro do contexto urbano contemporâneo deveria ser um fator de projeto, impedindo assim que os edifícios tornem-se obsoletos com pouco tempo de uso, além de permitir que o usuário participe ativamente na configuração da sua habitação. Para efeito de fundamentação, será estudada a evolução dos conceitos de flexibilidade nos edifícios multifamiliares verticais, avaliando a correspondência da evolução arquitetônica observada nos imóveis construídos na cidade de Curitiba e sua região metropolitana no período de 1990 a 2010, a fim de determinar a existência ou ausência de correlação entre o avanço das demandas e o avanço dos mecanismos de flexibilidade empregados, utilizando como base referências bibliográficas de relevância nacional e internacional, e observando obras executadas, em fase de execução e em fase de projeto (por meio das especificações disponíveis). Concluindo-se esta análise, espera-se alcançar uma definição mais aprofundada dos conceitos de flexibilidade e adaptabilidade, definindo-se de um modo mais preciso quais são de fato as demandas reais de alternativas plausíveis para sua implementação.

Palavras-chave: Flexibilidade, Adaptabilidade, Habitação Vertical