AVALIAÇÃO DO HEMATÓCRITO, PROTEÍNA PLASMÁTICA TOTAL E GLICEMIA DE EQUINOS SUBMETIDOS A TRANSPORTE RODOVIÁRIO

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Aluno de Iniciação Científica: Rafael Anuar Dib (Outro)

Curso: Medicina Veterinária - Palotina (MT)

Orientador: Erica Cristina Bueno do Prado Guirro

Colaborador: Felipe Conte Junior, Marla Schenider,

Departamento: Campus PalotinaPedro Argel Zadinello Moreira

Setor: Campus Palotina

Área de Conhecimento: 50503006


RESUMO

O transporte de equinos é de grande importância, visto o crescente uso destes animais, seja para trabalho, esporte ou lazer. O papel estressor do transporte e sua influência sobre o bem-estar em diferentes espécies já foi avaliado, porém em equinos ainda faltam inúmeras informações. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações no hematócrito, proteína plasmática total e glicemina de equinos. Para tanto, cinco equinos adultos e saudáveis foram submetidos a transporte rodoviário por 216km e aproximadamente quatro horas. O transporte ocorreu em caminhão boiadeiro e durante o trajeto não foi fornecido alimento ou água. Na noite anterior ao embarque os animais permaneceram em jejum alimentar previamente ao embarque. Houve coleta de sangue 24h antes do embarque (momento basal MB), na metade do percurso (M1), imediatamente após desembarque (M2), 1h após o desembarque (M3), 2h (M4), 4h (M5), 8h (M6), 12h (M7) e 24h (M8). Os dados foram submetidos à ANOVA de uma via, seguido pelo teste de Tukey (p<0,05). No dia do transporte, a temperatura ambiente variou de 18,8 a 26,1°C e a umidade relativa variou de 58,6 a 82,6%. Não houve variação significativa no hematócrito (menor valor: 29,12 ± 1,20; maior valor: 33,74 ± 3,48) e na proteína plasmática total (menor valor: 7,28 ± 0,41; maior valor: 7,76 ± 0,56), o que sugere que não houve desidratação significativa. A glicemia apresentou valores mais elevados que a taxa basal (73,8 ± 1,02) imediatamente após o desembarque (98,4 ± 8,32), 1 hora após desembarque (98,4 ± 13,70), 8 horas após desembarque (93,2 ± 5,40) e 12 horas após desembarque (94,0 ± 9,25). Os aumentos verificados em M2 e M3 provavelmente refletem a hiperglicemia decorrente do estresse causado pelo transporte, que é capaz de ativar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. O estímulo estressor faz o hipotálamo liberar hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que atinge a hipófise anterior através de vasos sanguíneos e a estimula a liberar adrenocorticotrófico (ACTH). Este hormônio alcança o córtex adrenal, que por sua vez libera glicocorticóides para o sangue. Os glicocorticóides promovem glicogenólise e suprimem a secreção de insulina no fígado, portanto, o paciente apresenta hiperglicemia. A hiperglicemia observada em M6 e M7, possivelmente decorre do fornecimento de ração, que ocorreu 6 horas após o desembarque. Conclui-se que o transporte rodoviário atua como fator estressor para equinos capaz de interferir na glicemia, mas não há mudança significativa no hematócrito e na proteína plasmática total.

Palavras-chave: Equinos, Estresse, Transporte