RESUMO

O estudo da parasitose causada pelo protozoário coccídeo do gênero Cryptosporidium tem grande importância na medicina. A baixa especificidade deste patógeno faz com que o número de espécies hospedeiras seja variado, acometendo, além do homem, animais domésticos e animais selvagens, que podem atuar como reservatórios do parasito. A escassez de dados epidemiológicos no estado do Paraná e na região metropolitana de Curitiba motivou a atual pesquisa que, por meio de exames coproparasitológicos, teve como objetivo detectar animais infectados e estimar a prevalência em alguns grupos de animais. Para o diagnóstico parasitológico, foi realizado um esfregaço de sedimento de fezes obtido pela técnica de Ritchie e corado pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada. A leitura das lâminas foi realizada ao microscópio óptico de luz branca, em aumento de 400x, com confirmação em aumento de 1000x. Três espécies de animais domésticos foram escolhidas para análise: Equus caballus (cavalo), Bos taurus (boi) e Canis familiaris (cão). Até o momento foram analisadas 90 amostras fecais, sendo 60 de equinos e 30 de caninos, residentes em diferentes municípios da região metropolitana de Curitiba. Todas as amostras tiveram resultado negativo para Cryptosporidium. As amostras referentes à espécie bovina ainda serão analisadas. A prevalência nula obtida até o momento pode ser decorrente de alguns fatores, dentre eles o estado de saúde dos animais, técnicas de manejo dos animais, condições sanitárias onde os animais vivem e técnica de diagnóstico utilizada. Todas as amostras pertenciam a animais sadios, que não apresentaram nenhum episódio recente de diarreia, que vivem em propriedades onde as condições de manejo e de higiene são boas e que bebem apenas água tratada. Sabe-se que infecções significativas por Cryptosporidium estão comumente associadas à diarreia severa e alta porcentagem de oocistos nas fezes, o que não é observado em animais saudáveis. Além disso, método de sedimentação de Ritchie associado à coloração Ziehl-Neelsen modificada, apesar de ter baixo custo e fácil execução, possui sensibilidade inferior se comparado às técnicas de imunofluorescência, PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e citometria de fluxo. Sendo assim, as chances de infecção dos animais selecionados são pequenas, porém, a presença de Cryptosporidium não deve ser negligenciada.

Palavras-chave: Criptosporidiose, Zoonose, Medicina Veterinária