RESUMO

A grande ocorrência de afecções oncológicas em cães gerou a necessidade de mais informações sobre diagnóstico e determinação de prognóstico. O conhecimento e adoção de parâmetros de diagnóstico e prognóstico são de fundamental importância para a escolha e sucesso de terapias que permitam aumento da sobrevida. Embora não sejam específicas para doenças neoplásicas, o aumento da concentração sérica de algumas enzimas como fosfatase alcalina (FA) e a desidrogenase lática (LDH) podem auxiliar no acompanhamento da evolução dessas doenças. Assim como alterações nos valores séricos de cálcio iônico podem indicar pior prognóstico. O presente trabalho visa avaliar a concentração sérica do cálcio iônico e das enzimas FA e LDH em cadelas com neoplasia mamária, correlacionando-os com os diferentes graus do estadiamento tumoral. No estudo foram incluídas 62 cadelas, encaminhadas para a cirurgia de mastectomia no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná em Curitiba (HV-UFPR) entre março e dezembro de 2012. Foram avaliados os parâmetros bioquímicos pré-operatórios correlacionando com o grau de estadiamento tumoral. De acordo com a análise histopatológica 83,9% (52/62) das neoplasias foram classificadas como adenocarcinoma, 14,5% (9/62) como adenoma e 1,6% (1/62) como carcinossarcoma. Com relação aos valores de LDH e FA não houve diferença significativa entre os diferentes graus de estadiamento (One-Way Anova, p>0,05), podendo ser explicado pelo fato de que estas enzimas não são específicas para neoplasia mamária. Os valores séricos do cálcio iônico do estadio I, II e III apresentaram diferença significativa quando comparados ao estádio IV (One-Way Anova, post-hoc Tukey, p<0,05). Conclui-se que o cálcio iônico sérico pode indicar avanço da doença e pior prognóstico de cadelas com neoplasia mamária.

Palavras-chave: Prognóstico, Histopatologia, Câncer