EXISTE NECESSIDADE DE JEJUM NO PREPARO DO EXAME ULTRASSONOGRÁFICO ABDOMINAL DE CÃES?
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Aluno de Iniciação Científica: Paulo José Ribeiro Filho (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)
Orientador: Tilde Rodrigues Froes
Colaborador: Daniela Aparecida Ayres Garcia, Priscilla Regina Tamioso,
Departamento: Medicina VeterináriaLaila Talarico Dias
Setor: Setor de Ciências Agrárias
Área de Conhecimento: 50501038
RESUMO
Acredita-se que o jejum reduz a quantidade de gás intraluminal no trato gastrintestinal e por conseqüência melhora a resolução da imagem ultrassonográfica. O objetivo desse estudo foi analisar a influência do jejum na qualidade do exame ultrassonográfico da cavidade abdominal de cães, bem como determinar se outros (e quais) fatores possam alterar a qualidade do exame. Foi realizado um estudo prospectivo, randomizado de 150 cães, 75 com jejum de 8 a 12 horas e 75 sem jejum que haviam se alimentado de 10 minutos a 4 horas antes da realização do procedimento. Os equipamentos utilizados foram Ultrasonix e GE com transdutores de freqüências diversas. Determinadas estruturas da cavidade abdominal foram escolhidas para análise. Estabeleceu-se três escores para qualidade da imagem: 1. Excelente, quando a imagem da estrutura anatômica escolhida apresentava-se clara e muito bem definida, 2. Aceitável, quando a imagem da estrutura anatômica escolhida apresentava-se diagnóstica, não sendo indicado repetição do exame e 3. Inaceitável quando a imagem da estrutura anatômica escolhida apresentava-se insuficiente para se definir ou excluir um diagnóstico, no qual fosse recomendado a repetição do exame. Os dados foram comparados pela método estatístico Glimix programa SAS. Em 67 cães (31 jejum e 36 sem jejum) nada prejudicou a avaliação ultrassonográfica, todas as estruturas abdominais pré-determinadas (vesícula biliar, hilo da veia porta, duodeno, região pancreática direita e esquerda, adrenal esquerda e direita) tiveram escore 1, excelente. Em 48 animais (26 jejum e 22 sem jejum) pelo menos uma estrutura anatômica avaliada teve o escore 2 aceitável e em 35 animais (18 jejum e 17 sem jejum) ao menos uma estrutura anatômica obteve escore 3 inaceitável. O ar foi considerado como prejudicial (escore 3) para avaliação de pelo menos uma estrutura anatômica indicada somente em 6 cães sem jejum e 6 com jejum (12) dentre as outras causas, entretanto a proporção de animais com ou sem jejum não alterou a quantidade de ar intraluminal. Comprovou-se que o jejum afeta a perfeita análise ultrassonográfica somente da vesícula biliar e da região pancreática direita. Porém, a condição corporal, porte e idade é que influenciaram na qualidade da imagem das demais estruturas analisadas, sendo nesses animais recomendado novo exame. Conclui-se que o jejum de 8-12 horas não é necessário para a realização do exame ultrassonográfico abdominal de cães, pois a influencia na má qualidade da imagem pode ser gerada por outros fatores que não estão necessariamente correlacionados ao jejum.
Palavras-chave: Cães, Ultrassom, Preparação