IMPACTO DA DOENÇA PERIODONTAL NA QUALIDADE DE VIDA DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS

0626

Aluno de Iniciação Científica: Priscila Raquel Schiroky (PIBIC/CNPq)

Curso: Odontologia (MT)

Orientador: Maria Ângela Naval Machado

Co-Orientador: Marília Compagnoni Martins

Colaborador: Denise Spinardi, Ana Carolina Fernandes Couto,

Departamento: Estomatologia

Setor: Setor de Ciências da SaúdeMilena Binhame Albini

Área de Conhecimento: 40205002


RESUMO

A doença periodontal é um processo inflamatório crônico acompanhado pela destruição do ligamento periodontal, cemento e osso alveolar que leva a formação de bolsa periodontal. A qualidade de vida pode ser avaliada a partir da percepção dos dependentes químicos acerca das suas disfunções, desconfortos e incapacidades causados pela doença periodontal. O objetivo do estudo foi avaliar a condição periodontal e investigar o impacto da doença periodontal na qualidade de vida de adultos usuários de drogas ilícitas. A amostra foi constituída de indivíduos do sexo masculino internados para tratamento da dependência do crack no Instituto de Pesquisa e Tratamento do Alcoolismo (IPTA) em Campo Largo. Os participantes responderam a um questionário sobre dados gerais e sócio-demográficos. Na sequência, foram entrevistados e responderam ao questionário Oral Health Impact Profile (OHIP-14), para avaliar o impacto da doença periodontal na qualidade de vida. Em seguida foi realizado o exame periodontal em 10 dentes e os seguintes parâmetros clínicos foram avaliados: profundidade de sondagem (PS), nível de inserção clínica (NIC) e sangramento à sondagem (SS). A periodontite foi considerada quando houve a presença de pelo menos um sítio com PS? 4mm e NIC? 4mm (AAP, 2000). Participaram do estudo 62 indivíduos em tratamento da dependência do crack, com média de idade de 32 anos (18 53 anos). Em relação ao estado civil e escolaridade, a maioria da amostra (74,2%, n=46) era de solteiros e divorciados e 35,5% (n=22) não concluíram o ensino fundamental. Até o momento do internamento, 61,3% (n=38) dos indivíduos estavam trabalhando e 3,2% (n=2) estudando. O consumo médio de tabaco foi de 133 cigarros/semana por 17 anos. A média de consumo de crack foi de 8 anos e a quantidade semanal foi de 19 gramas. A média de consumo de maconha foi de 33 gramas/semana durante 13 anos. Apesar da frequência de escovação diária relatada ser de 3 vezes ao dia (47%, n=29), 96,8% (n=60) apresentaram sangramento a sondagem. A média da PS e do NIC foi de 3,7 e 3,8 mm, respectivamente. Não houve diferença estatística significativa entre a presença ou ausência da doença periodontal e os escores do OHIP-14 (Teste do Qui-Quadrado). No presente estudo foi demonstrado que a periodontite não causou impacto na qualidade de vida dos usuários de crack.

Palavras-chave: Cocaína, Crack, Periodontite, Usuários de Drogas