RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE ALFABETISMO EM SAÚDE BUCAL DOS CUIDADORES E O ESTADO DE SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM CLÍNICA DA UFPR

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Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Fernandes Couto (PIBIC/CNPq)

Curso: Odontologia (MT)

Orientador: Fernanda de Morais Ferreira

Co-Orientador: Fabian Calixto Fraiz

Colaborador: Márjori Frítola, Mônica Junkes, Denise Spinardi

Departamento: Pediatria

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40204006


RESUMO

Os cuidadores com mais alto nível de alfabetismo funcional em saúde bucal parecem ter influência positiva nos cuidados da saúde da criança, pela melhor facilidade de comunicação com o profissional a quem estes recorrem nos casos de prevenção e tratamento. O estudo objetivou investigar a associação entre o nível de alfabetismo em saúde bucal dos pais / responsáveis de crianças que fazem acompanhamento odontológico na clínica de Odontopediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o estado de saúde bucal das mesmas. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR (CEP-SD: 1247.172.11.10 / CAAE: 0171.0.091.000-11). Fizeram parte do estudo 100 pais ou responsáveis de crianças na faixa etária de 4 a 12 anos de idade, atendidas na Clínica de Odontopediatria da UFPR de setembro a novembro de 2012. O alfabetismo funcional em saúde bucal foi medido a partir do REALD-B, instrumento traduzido, adaptado e validado a partir do REALD-30 para medir o alfabetismo funcional em saúde bucal em indivíduos cuja língua nativa é o português do Brasil. Este instrumento foi aplicado aos cuidadores que, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, tiveram de ler 30 palavras relacionadas à odontologia, pausadamente, para que fosse avaliada a sua familiaridade com as mesmas. Os cuidadores também responderam à seguinte pergunta "Como você classifica a saúde bucal do seu filho?", com as seguintes opções de resposta: excelente, muito boa, boa, regular e ruim. Os dados foram analisados usando o programa estatístico SPSS Statistics® versão 20.0. As crianças que compareceram para tratamento na clínica de Odontopediatria da UFPR no período do estudo eram na sua maioria do sexo masculino (53%) e tinham média de idade igual a 7,7 anos (DP = 2,6). A maioria (86%) dos acompanhantes responsáveis pelas crianças era do sexo feminino (em 63% dos casos a mãe) e possuíam mais de 8 anos de estudo formal (61%). Dos cuidadores entrevistados, 7% considerou a saúde bucal de sua criança como ruim. Os valores do REALD-B foram estatisticamente (Teste Mann Whitney, p = 0,016) mais baixos entre os cuidadores que classificaram a saúde bucal de sua criança como ruim (média e mediana = 20, mínimo 15, máximo 25) do que entre aqueles que a classificaram como sendo de regular a excelente (média e mediana = 24, mínimo 7, máximo 30). Nesta amostra, os cuidadores das crianças que possuíam saúde bucal ruim apresentaram nível de alfabetismo em saúde bucal mais baixo do que aqueles cujas crianças tinham uma boa (regular a excelente) saúde bucal.

Palavras-chave: Saúde Bucal, Nível de Conhecimento de Cuidadores, Odontopediatria