PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS ATENDIDAS NO AMBULATÓRIO DE MEDICINA FETAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

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Aluno de Iniciação Científica: Charles Alfred Grander Pedrozo (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Marcelo Marcondes Stegani

Colaborador: Vítor Lopes Galvão Vieira, Harielle Cristina Ladeia Asega

Departamento: Cirurgia

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40102076


RESUMO

Introdução: As malformações congênitas têm ganhado maior impacto nos marcadores de mortalidade infantil e de morbidade nos últimos anos, tanto pelo desenvolvimento econômico e social que diminuíram a importância de outras causas, quanto pelo desenvolvimento da Medicina, que proporcionou aumento de expectativa de vida dos pacientes. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico das malformações atendidas pelo serviço de Medicina Fetal do HC-UFPR, possibilitando o planejamento de melhor suporte aos pacientes e às famílias, assim como preparar os profissionais envolvidos no atendimento. Material e métodos: É um estudo retrospectivo, observacional, não controlado, baseado na análise de prontuários de pacientes atendidas no ambulatório de Medicina Fetal do HCUFPR entre abril de 2007 e abril de 2012. Resultados: Foram revisados os prontuários médicos de 183 pacientes. O diagnóstico das malformações baseou-se em métodos de imagem (ultrassonografia pré-natal) e na confirmação ao nascimento. As malformações mais comuns foram as do sistema nervoso central (SNC) (23,5%), seguidas pelas cardiovasculares (15,3%). As malformações genitourinárias representaram 13,5%, sendo 11 casos de dilatação pielocalicial. Dentre anomalias de parede abdominal (11,5%), 14 casos foram de gastrosquise. Achados menos comuns representaram um total de 13,6%, entre eles: fenda labial e palatina. As malformações múltiplas constituem 22,4% do total. Sete gestantes foram encaminhadas ao ambulatório com diagnóstico que não se confirmou após novo exame de imagem ainda no pré-natal. Ocorreram nove óbitos fetais intra-uterinos. Oito gestantes não deram continuidade ao acompanhamento proposto pelo serviço. Onze pacientes foram a óbito após o nascimento (6%). Os resultados foram comparados com os dados presentes no DATASUS de 2011. Discussão e conclusões: As malformações constituíram frequente e grave causa de morte, porém as taxas de mortalidade infantil no pós-natal imediato no serviço foram significativamente menores que as taxas nacionais (17,5%). O serviço recebeu mais conceptos com malformações do SNC, que também é a mais prevalente no Brasil (8,9%). A malformação de maior incidência no estudo foi a gastrosquise, seguida de dilatação pielocalicial, enquanto no Brasil é a fenda labial e palatina (6,9%), semelhante à incidência no estudo (4,3%). Outra característica a ser notada é que as malformações complexas foram mais graves, responsáveis pelo óbito de nove pacientes. A amostra ainda será ampliada até a data da apresentação do EVINCI.

Palavras-chave: Malformações Congênitas, Medicina Fetal, Cirurgia Pediátrica