GEOLOGIA MÉDICA ANÁLISE DE CÁLCULOS URINÁRIOS POR TÉCNICA DE DIFRATOMETRIA DE RAIOS X.

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Aluno de Iniciação Científica: Hernane AJuz Holzmann (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Mauricio de Carvalho

Co-Orientador: José Manoel dos Reis Neto

Colaborador: Thiago Kornelis Rebelo Borg, Leandro Keiji Maurer Ozahata,

Departamento: Clínica Médica

Setor: Setor de Ciências da SaúdeRodrigo Secchi

Área de Conhecimento: 40101134


RESUMO

O conhecimento da composição dos cálculos urinários é importante para entender a fisiopatologia, a modalidade de tratamento e a prevenção das recidivas. A técnica padrão ouro para verificar essa composição é a análise do cálculo por Difratometria de Raios X (DRX). Entretanto, as técnicas rotineiras de análise por métodos químicos e colorimétricos as únicas disponíveis em nosso meio não possuem a especificidade e sensibilidade para se atingir a informação precisa e confiável em relação à amostra. Assim, em parceria com o LAMIR (Laboratório de Mineralogia da UFPR), estudamos os cálculos renais utilizando técnicas de análise mineralógica para melhor entender sua estrutura, composição e formação. Nosso objetivo é analisar a composição dos cálculos urinários pela DRX e avaliar a correlação com os dados de bioquímica sanguínea e urinária do paciente. Estes foram selecionados no Hospital de Clínicas da UFPR, no Ambulatório de Urologia e no de Nefrolitíase. Foram incluídos aqueles com idade superior a 18 anos, que possuem diagnóstico de litíase renal confirmada por exame de imagem e que podem fornecer amostra do cálculo para análise. Foram analisadas 86 amostras, das quais 40,7% são compostas apenas por um mineral, sendo 25,58% de whewellite, 9,3% de ácido úrico, 3,49% de apatite, 1,16% de estruvita e 1,16% de cistina; e os 59,3% restantes compostos de mistura de um ou mais mineras, sendo o composto principal a whewellite em 34,88%, a estruvita em 12,79%, a weddellite em 4,64%, o acido úrico em 2,32%, a apatita em 2,32% e a brushita em 2,32%. Também foram tabulados o resultado de exame de urina de 24 horas de 8 pacientes para mensuração dos principais elementos envolvidos na litogênese. A calciúria nos pacientes portadores de cálculos de oxalato de cálcio (whewellite e weddellite) foi maior que nos demais (192,78±64,5 vs. 121,5±24,9, p=0,07). O resultado da composição dos cálculos analisados reflete a maior prevalência dos cálculos de oxalato de cálcio, como é descrito na literatura médica. A técnica de DRX mostrou-se factível e possibilitou a diferenciação exata dos componentes cristalinos dos cálculos urinários. A calciúria foi maior nos cálculos compostos de oxalato de cálcio. Porém, ainda é necessária uma amostra maior para melhorar a significância estatística do trabalho e retirar outras conclusões. A aplicação de outras técnicas (microtomografia, microscopia eletrônica de varredura, datação com radioisótopos) poderá contribuir para melhor compreender a estrutura intrínseca do cálculo e sua formação.

Palavras-chave: Nefrolitíase, Mineralogia, Difratometria de Raios-X