DERMATITE ATÓPICA PERFIL CLÍNICO E ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DOS CASOS COM INFECÇÃO SECUNDÁRIA.

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Aluno de Iniciação Científica: Marcela Robl (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Vânia Oliveira de Carvalho

Colaborador: Renata Robl, Laura Rialto Saito.

Departamento: Pediatria

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40101088


RESUMO

A dermatite atópica (DA) é uma doença freqüente, que causa lesões eczematosas de maneira crônica e recidivante com prurido intenso. Tem sido descrito um aumento na prevalência e gravidade da DA e na sua fisiopatologia estão envolvidos fatores genéticos, imunológicos, ambientais, e alteração da estrutura da pele determinada por uma mutação no gene da filagrina. Pode apresentar-se de forma leve e localizada até formas graves e de difícil controle. As características clínicas variam conforme a faixa etária do paciente. Os pacientes com DA são suscetíveis a infecções e ocorre colonização bacteriana por Staphylococcus aureus em mais de 90% dos pacientes. As infecções bacterianas são caracterizadas por eritema intenso, exsudação, crostas e pústulas e acredita-se que esta bactéria é um fator de piora e/ou manutenção das lesões de eczema, agindo como super antígeno. O objetivo deste estudo foi determinar as características clínicas da DA na faixa etária pediátrica. Foi um estudo analítico e retrospectivo. Incluídos menores de 16 anos com diagnóstico clínico de DA, de janeiro de 2009 a dezembro de 2011. Os dados foram analisados no Statistica 7.1 (Statsoft) e pelos testes t-Student e Qui-quadrado Pearson/Yates. Dos 353 pacientes, 55,8% eram meninas. Havia outras doenças atópicas em 40%, e em 53% história familiar de atopia. A doença iniciou antes do primeiro ano de vida em 54%. Prurido ocorreu em 82,4% e xerose em 75,6%. Fator de piora era descrito em 20% dos pacientes e 83% associavam às mudanças de temperatura. Havia lesão em mais de uma localização em 98%. Os lactentes tiveram mais lesão na face, tronco e face extensora de membros; os pré-escolares e escolares mais nas flexuras cubital e poplítea. Todos utilizaram hidratação e 90,4% usou corticoide tópico. Na análise de multivariada, o contato com animal doméstico foi associado a resposta inadequada ao tratamento com OR 1,8 (IC95% 1,01 3,44) (p=0,004) e viver na área rural foi associado a melhor resposta terapêutica com OR 0,10 (IC95% 0,01 0,94) (p=0,04). Houve infecção secundária bacteriana em 22,6%, e foi isolado Staphylococcus aureus em 63,6% das culturas. Referente à sensibilidade aos antibióticos, a maioria dos S. aureus era sensível a rifampicina e sulfatrimetropim (94%) e menos da metade era sensível a ertiromicina (47%). A DA teve início precoce. O prurido foi a principal queixa. Viver na área rural foi um fator de proteção. Contato com animal doméstico aumentou a chance de ter resposta inadequada ao tratamento. O principal agente isolado foi S. aureus.

Palavras-chave: Dermatite Atópica, Infecção Secundária, Ciclosporina