AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SUA CORRELAÇÃO COM FRATURAS VERTEBRAIS MORFOMÉTRICAS

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Aluno de Iniciação Científica: Talita Muniz Lima da Silva (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Cesar Luis Boguszewski

Co-Orientador: Victoria Zeghbi Cochenski Borba

Departamento: Clínica Médica

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40101061


RESUMO

Introdução: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença geralmente progressiva associada a outras comorbidades como osteoporose e risco aumentado de fraturas. Entre os fatores relacionados a alterações da massa óssea no DPOC, estão o baixo peso e diminuição da massa magra. Objetivos: avaliar retrospectivamente a prevalência de fraturas vertebrais morfométricas em um grupo de pacientes DPOC em acompanhamento no Ambulatório de Pneumologia do HC-UFPR submetidos ao exame de densitometria óssea e correlacionar os achados ao peso corporal e massa magra, avaliados por composição corporal. Material e Métodos: Foram recrutados consecutivamente do ambulatório pacientes DPOC que vinham para consulta de rotina. Os pacientes realizaram exame de densitometria óssea (DO) de coluna, fêmur, corpo total com composição corporal e morfometria vertebral (VFA) por DXA. Os prontuários foram revisados para análise de sexo, idade, tabagismo, menopausa e terapia de reposição hormonal, IMC, índices para avaliação de DPOC, como BODE e MRC da 1° consulta, VEF1 e oximetria. Resultados: 65 pacientes com idade média de 68,2±anos, 38 (58,5%) eram do sexo feminino. O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 25,6±6Kg/m², sendo baixo (25kg/m²) em 32 (49%). DMO alterada foi observada na coluna em 47(72,3%), sendo osteoporose em 35(53,8%) e osteopenia em 12(18,5%), o fêmur estava alterado em 60 (92,3%) em colo (osteoporose em 38,5% e osteopenia em 54%) e em 52 (80%) no fêmur total (osteoporose, 37% e osteopenia em 43%). Observamos uma correlação significativa (p<0,05) entre a massa magra e DMO da coluna, colo fêmur e fêmur total com R de 0,55, 0,401 e 0,469 respectivamente. Fratura na VFA foi detectada em 51(78,5%) dos pacientes, sendo 1 fratura em 20(30,8%), 2 em 16(24,6%) e de 3 em 7(10,7%),4 em 3 (4,6%) e ? 5 fraturas em 3(4,6%). Não encontramos correlação entre os índices de gravidade da doença ou aptidão física e a presença de fraturas, assim como entre a massa magra total e fraturas. Discussão: A correlação entre massa magra e DMO óssea é um achado descrito em pacientes com DPOC, conforme observado em nosso estudo. A alta prevalência de fratura vertebral pode dever-se a maior gravidade da doença em nossos pacientes. Conclusão: Neste estudo encontramos uma alta prevalência de fraturas vertebrais por VFA em pacientes portadores de DPOC, alertando para a necessidade de investigação e tratamento das alterações da massa óssea mais precocemente nesta doença.

Palavras-chave: Osteoporose, DPOC, Densitometria Óssea