PLAQUETOPENIA INDUZIDA POR USO CRÔNICO DE OMEPRAZOL: RELATO DE CASO

0581

Aluno de Iniciação Científica: Byanca Hekavei Hul (Pesquisa voluntária)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Gibran Avelino Frondoloso

Co-Orientador: Odery Ramos Junior

Colaborador: Mariana Nunes Viza Araújo

Departamento: Clínica Médica

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40101002


RESUMO

Introdução: Inibidores de bomba de prótons são medicamentos amplamente utilizados e bem tolerados. Poucos efeitos adversos são descritos e em geral não são graves. Descrever um caso de trombocitopenia associada a uso crônico de omeprazol em um paciente avaliado pela disciplina de Clínica Médica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). Masculino, 67 anos, casado, natural e procedente de Curitiba-PR. Internou no HC-UFPR para drenagem de abcesso inguinal esquerdo pós herniorrafia inguinal. Hemograma pré operatório revelou plaquetopenia correspondente a 94.000, que, segundo o paciente, persistia há 3 anos sem sangramento. Ao investigar a etiologia da plaquetopenia persistente, foram descartados: déficit de produção oriundos de uma insuficiência medular, aumento de destruição e/ou consumo bem como distúrbios funcionais. Apresentou os seguintes resultados laboratoriais ao início da investigação: Hb 13,2g/dl; VG 40,2%, plaquetas 94,000mil, creatinina 0,9mg/dl, uréia 31mg/dl, lipase 0,9U/L, TGO 16U/L, TGP 26U/L, Fosfatase Alcalina 119U/L, GamaGT 86U/L, Albumina 3,5g/dl, anti-HIV não reagente, anti-HCV não reagente, anti-HBs não reagente, HBsAg não reagente, anti-HBc não reagente e FAN não reagente. Eletroforese de proteínas com padrão normal. Ultrassom abdominal total normal. Endoscopia digestiva alta evidenciando hérnia hiatal por deslizamento em 2007, quando iniciou uso crônico de omeprazol 20mg ao dia. Tratou Helicobacter pylori em 2011 confirmando erradicação posteriormente. Hemogramas prévios de 2008 a 2012 com contagem de plaquetas variando entre 95.000 mil/mm³ e 123.000 mil/mm³. Após descartado possíveis diagnósticos diferencias, optado pela retirada do omeprazol, baseando-se em relatos de literatura que correlacionavam o uso crônico de inibidor de bomba de prótons com a baixa contagem de plaquetas ao hemograma. Após 48h da retirada do medicamento o paciente respondeu com ascensão diária da linhagem megacariocítica para valores crescentes de 110.000 mil/mm³, 128 mil/mm³, 155 mil/mm³ 179mil/mm³ e 228mil/mm³. Nenhuma outra medida foi tomada entre a retirada da droga e a alta do paciente, favorecendo o diagnóstico de trombocitopenia induzida por omeprazol. Até esta data, há poucos relatos de trombocitopenia assintomática isolada induzida pelo omeprazol que respondeu positivamente à sua retirada. Conclusão: Os profissionais da saúde devem dar uma importância à possibilidade de alterações hematológicas secundárias ao uso de inibidores de bomba de prótons já que são medicamentos amplamente utilizados no mundo.

Palavras-chave: Plaquetopenia, Omeprazol, Inibidor de Bomba de Prótons