QUALIDADE DE VIDA DAS MULHERES CLIMATÉRICAS BRASILEIRAS

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Aluno de Iniciação Científica: Gabrielle Fernandes de Paula Castanho (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Almir Antonio Urbanetz

Colaborador: Jessica Garcia Cadore, Vanessa Vieira Dal Lago

Departamento: Tocoginecologia

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40000001


RESUMO

O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido a uma diminuição progressiva dos hormônios sexuais produzidos nos ovários. As alterações que ocorrem nesse período têm forte impacto nas funções psíquicas e vegetativas das mulheres. O objetivo desse trabalho é determinar a qualidade de vida das mulheres nesse período, assim como o perfil epidemiológico e a prevalência de sinais e sintomas climatéricos. Metodologia: Estudo observacional transversal empregando 3 questionários: Dados gerais, MRS (Menopause Rating Scale) e o IFSF (Índice de Função Sexual Feminina) em mulheres com idade entre 40 e 60 anos atendidas no ambulatório do climatério do Hospital de Clínicas da UFPR. Foram selecionadas 133 pacientes no período de outubro de 2012 até maio de 2013, que aceitaram participar da pesquisa e que preencheram o TCLE. O Projeto foi aprovado pelo Departamento de Tocoginecologia da UFPR e pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos do HC UFPR. Resultados: A idade média das pacientes foi de 52,03 anos. A escolaridade média das pacientes foi de 7 anos. A maioria das pacientes era casada, perfazendo 65,41% do total. Das pacientes entrevistadas, 86,46% estavam na menopausa e destas 48,24% estavam em menopausa precoce. Quanto ao tratamento dos sintomas 24,06% usavam hormônio terapia e 15,78% usavam uma terapia alternativa. De todas as pacientes 24,81% não consideravam sua saúde normal e 37,59% estavam em uso de psicofármacos. 42,85% das pacientes tiveram 3 ou mais gestações, 50% tiveram apenas 1 parceiro sexual durante a vida e 104 pacientes possuíam parceiro no momento da entrevista. Dessas pacientes 69,23% tem pouco ou nenhum desejo sexual e 16,34% não tiveram relação no último mês, das sexualmente ativas 37,5% estão insatisfeitas com a vida sexual em geral. Na escala MRS, que avalia a qualidade de vida das mulheres, a média foi de 17 pontos (0-44 pontos), o que indica sintomas severos. Os sintomas somáticos foram os principais, sendo que falta de ar, suores e calores, estava presente em 77,45% das pacientes. Dentre os sintomas psíquicos a ansiedade se destacou com 71,43% das pacientes e os problemas sexuais foram os principais dentro dos sintomas geniturinários com 58,65% de prevalência. Conclui-se, dessa forma que a qualidade de vida dessas mulheres é fortemente afetada pela presença de sintomas severos associados ao climatério. O que enfatiza a importância da atenção a essa fase da vida que toma proporções cada vez maiores com o envelhecimento populacional.

Palavras-chave: Climatério, Qualidade de Vida, Função Sexual