REMEDIAÇÃO DE DERRAMAMENTOS DE PETRÓLEO PELO EMPREGO DE FIBRAS NATURAIS: POTENCIAL DE SORÇÃO DE HIDROCARBONETOS COM BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR.
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Aluno de Iniciação Científica: Ramon Gouvea de Paula (Outro)
Curso: Engenharia Química (MT)
Orientador: Elaine Vosniak Takeshita
Co-Orientador: Carlos Itsuo Yamamoto
Departamento: Engenharia Química
Setor: Setor de Tecnologia
Área de Conhecimento: 30603161
RESUMO
Os derramamentos de óleo constituem uma alarmante ameaça ao ecossistema do planeta: tais catástrofes poluem consideravelmente as áreas marítimas, prejudicando a fauna e flora dessas regiões. Com o objetivo de remediar tais acidentes diversas técnicas podem ser aplicadas: a queima do óleo em superfície, aplicação de dispersantes químicos, coleta via bombeamento, flutuadores de absorção, construção de barreiras de refreamento, etc. A escolha de uma determinada técnica ocorre segundo certos aspectos como o clima da região, tempo decorrido após o despejo, comportamento e intensidade das ondas, entre outros. Nos núcleos dessa problemática há diversas pesquisas que procuram mecanismos que sejam mais econômicos, mais efetivos e menos agressivos ao ambiente para apartar o óleo despejado. Na literatura científica podemos encontrar estudos que utilizam sorventes a partir de fibras naturais, tais como o algodão, turfa, bagaço de cana-de-açúcar, kapok, etc. O trabalho a ser apresentado tem como foco a sorção de óleo utilizando fibra vegetal, área de pesquisa que tem obtido resultados promissores uma vez que esse material é biodegradável, existe em grande quantidade na natureza, é de fácil obtenção e demonstra uma alta capacidade de adsorção/absorção. Neste trabalho, amostras do bagaço de cana-de-açúcar foram submetidas a testes que avaliam sua capacidade sortiva para com n-decano em meio aquoso em recipiente agitado, nas temperaturas de 40 °C e 70 °C em diferentes tempos de contato. A metodologia de análise consiste na extração por filtração do bagaço e decantação da solução óleo/água, com o registro da variação da massa de bagaço. As corridas de sorção foram realizadas em estufa agitada a 150 rpm, sendo adicionado 1g de bagaço a 25 ml de solução (20 ml de água e 5 ml de n-decano), após pré-etapa de ambientação térmica. Os tempos de análise variaram de 5, 10 a 15 minutos e 12, 24 a 48 horas. Nas corridas mais curtas, estas executadas a 40 °C e 70 °C pôde-se perceber um aumento da eficiência sortiva do bagaço a temperaturas mais altas: à 40°C, os dados fornecem a capacidade máxima de adsorção de 7,5g de hidrocarboneto/1g de adsorvente, enquanto a 70 °C estes valores alcançaram o registro de 8,2g de n-decano/1g de bagaço. Já nos testes com duração maior, realizados todos a 40 °C, percebe-se um aumento dos valores finais: com duração de 16h, registrou-se 8,4021g de óleo/1g de adsorvente, no tempo de 48h obteve-se 8,4714g/1g. Os resultados foram realizados em duplicata para avaliação do erro experimental.
Palavras-chave: Sorção, Óleo, Cana-de-Açúcar