EXTRAÇÃO DE CLORETOS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO: ESTUDO LABORATORIAL SOBRE A VIABILIDADE DA TÉCNICA DE REABILITAÇÃO

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Aluno de Iniciação Científica: Luan Rodrigo de Almeida Souza (PIBIC/CNPq)

Curso: Engenharia Civil (MT)

Orientador: Marcelo Henrique Farias de Medeiros

Colaborador: Ramon Balling

Departamento: Construção Civil

Setor: Setor de Tecnologia

Área de Conhecimento: 30101018


RESUMO

A corrosão de armadura desencadeada pela ação de íons cloreto é ainda hoje uma ameaça a durabilidade de estruturas de concreto armado. No Brasil o tema é largamente estudado devido à grande extensão da costa brasileira e da massiva ocupação nestes ambientes de atmosfera marítima. A NBR 6118 (2007) normaliza os cuidados especiais a serem tomados visando à proteção da armadura e minimizando o efeito da atmosfera salina no ingresso de cloretos no concreto. No entanto, é sabido que muitas das edificações antecedem essa norma e que muitas vezes as diretrizes propostas não são plenamente respeitadas ocasionando uma grande profundidade de penetração de íons cloreto e na posterior necessidade de reabilitação da estrutura. Para reabilitações tradicionais o método é destrutivo e consiste na eliminação do concreto contaminado, substituindo-o por novos materiais especialmente formulados para reabilitação. Já os métodos eletroquímicos (que englobam a proteção catódica, a realcalinização e a extração de íons cloreto), não envolvem necessariamente trabalhos de demolição e reconstituições de parte do elemento estrutural. Porém, estes métodos precisam ser melhor entendidos para a viabilização da sua aplicação prática. O presente trabalho visa entender a técnica de extração de cloretos no laboratório para fundamentar a elaboração de diretrizes para a viabilização da aplicação prática deste tipo de tratamento, cuja aplicação em campo ainda é inédita no Brasil. O procedimento consistiu na moldagem de corpos de prova de concreto armado e montagem dos aparatos de extração de cloretos em laboratório. Foi estudada a influência da porosidade do concreto, da espessura do cobrimento e da intensidade de corrente aplicada. As variáveis de resposta utilizadas foram o teor de cloretos totais e o potencial de corrosão. Os resultados encontrados indicam que para concretos moldados com menor relação água/cimento (a/c = 0,43) e consequentimente menor porosidade, teve resultados menos expressivos, cerca de 50% de eficiência na remoção de cloretos. Já nos corpos de prova moldados com traço 1:5 (a/c = 0,59), traço de maior porosidade, a eficiência foi de aproximadamente 80%. Quanto ao potencial de corrosão notou-se uma considerável elevação nos valores de potencial, sendo que para maioria dos casos os corpos de prova analisados saíram da condição de alta probabilidade de corrosão para valores que representam uma condição incerta (entre 90% e 10% de probabilidade de corrosão). A absorção de água teve aumento após a extração resultado que está de acordo com a literatura.

Palavras-chave: Extração de Cloretos, Potencial de Corrosão, Corrosão