FLEBOTOMÍNEOS (PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) EM ÁREA ENDÊMICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DO PR:CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E GENÉTICA

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Aluno de Iniciação Científica: Thais Santana de Lima (PIBIC/CNPq)

Curso: Ciências Biológicas (M)Orientador: Edilene Alcântara de Castro

Orientador: Márcia Kiyoe Shimada

Departamento: Patologia BásicaCamilla Pinheiro Cristaldi da Silva

Setor: Setor de Ciências Agrárias

Área de Conhecimento: 21300003


RESUMO

A leishmaniose tegumentar americana, endêmica no Paraná, tem uma das áreas de transmissão encontrada no município de Adrianópolis. Para verificar a abundância e frequência horária dos vetores de Leishmania (flebotomíneos), armadilhas dos tipos CDC e Shannon foram utilizadas numa área rural (peridomicílio) deste município. A armadilha CDC foi instalada em fevereiro de 2010, enquanto Shannon foi instalada por três noites (outubro e novembro de 2012 e março de 2013). Com esta última, os insetos foram coletados conforme o horário da captura (períodos de uma hora), entre 18 e 06h, sendo também registrada a temperatura do ambiente. Todos os 1.072 exemplares coletados com a armadilha CDC pertencem à espécie Lutzomyia intermedia s.l. Com a armadilha de Shannon, foram capturados 1.326 flebotomíneos, das seguintes espécies: L. intermedia s.l. (1.296 insetos), Lutzomyia fischeri (18) e Lutzomyia migonei (12). Os horários em que houve maior frequência foram entre 23 e 24h (199 insetos coletados) e entre 24 e 01h (171). L. intermedia s.l. prevaleceu entre 18 e 24h nas duas últimas coletas (novembro e março), quando as temperaturas médias destes períodos foram de 21,3 e 22,1ºC, respectivamente, enquanto que na primeira coleta (outubro) esta espécie prevaleceu entre 24 e 06h, quando a temperatura média deste período foi de 17,7ºC. L. migonei esteve presente apenas na primeira coleta, enquanto 83% dos exemplares de L. fischeri foram também capturados durante a primeira coleta. A análise estatística com o teste de Haberman revelou diferença entre o número esperado e o observado do total de exemplares desta espécie, conforme as duas metades da noite. A coleta com a armadilha CDC evidenciou a abundância de L. intermedia s.l., que deve estar relacionado com a manutenção do ciclo de Leishmania na região. Quanto às coletas com Shannon, apesar da temperatura média no período em que houve maior densidade de flebotomíneos (segunda metade da noite da coleta de outubro) ter ficado inferior à temperatura considerada ótima para estes insetos (20ºC), a pluviosiodade encontrada pareceu interferir na frequência dos mesmos durante as duas últimas coletas. Há que se considerar a capacidade que L. intermedia s.l. vem demonstrando de se adaptar a ambientes antrópicos e impactados, por ações de diferentes naturezas, por isso o peridomicílio passou a ser considerado um ecótopo provável de transmissão de Leishmania nesta área. A presença de L. fischeri e L. migonei, espécies comprovadamente antropofílicas, alerta para a possibilidade das mesmas participarem da transmissão do parasito.

Palavras-chave: Leishmaniose, Flebotomíneos, Endêmicos