INVESTIGAÇÃO DE FONTES DE INFECÇÃO DE ENTEROPARASITOS EM FAMÍLIAS RESIDENTES NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, ESTADO DO PARANÁ

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Aluno de Iniciação Científica: Karen Caroline da Silva (IC-Voluntária)

Curso: Farmácia (MT)

Orientador: Márcia Kiyoe Shimada

Co-Orientador: Débora do Rocio Klisiowicz

Colaborador: Larissa Reifur, Viviani Bontorin

Departamento: Patologia Básica

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 21300003


RESUMO

A alta prevalência de enteroparasitoses constitui um sério problema de saúde pública, pois estão associadas às práticas inadequadas de higiene pessoal e deficiência ou inexistência de saneamento básico. Estas condições permitem que as principais fontes de infecção tornem-se importantes veiculadores de formas infectantes dos parasitos. Formas preventivas como uma intervenção sanitária são necessárias a partir dos resultados encontrados do processo de investigação destas formas de contaminação pelos membros da comunidade estudada. Inicialmente, foi realizada uma análise de prevalência com estudantes de Escolas Municipais de Almirante Tamandaré. Para a investigação de fontes de infecção foram incluídos os familiares das crianças que apresentaram alta carga parasitária pelos exames coproparasitológicos. Verificou-se que das 50 amostras fecais humanas analisadas, 82 % (41) foram positivos para Trichuris trichiura (54 %, n=22), Ascaris lumbricoides (44 %, n=18), Entamoeba coli (32 %, n=13), Giardia duodenalis (30 %, n=12), Iodamoeba buetschlii (18 %, n=7), Endolimax nana (12 %, n=5), Entamoeba histolytica (6 %, n=3), Enterobius vermicularis (4 %, n=2) e ancilostomídeo (2 %, n=1). As amostras de fontes de infecção coletadas neste trabalho foram solo próximo às residências, água (torneira, rio e mina), ambiente domiciliar, sujidade das mãos e fezes de animais domésticos. Para as amostras de solo, água, fezes, ambiente domiciliar e sujidade das mãos foram utilizadas sedimentação espontânea e centrífugo-flutuação. As amostras de solo foram positivas para Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeo. As amostras de água foram processadas por filtração, sedimentação espontânea e centrífugo-flutuação. Não foram encontrados elementos parasitários nas amostras de água. No ambiente domiciliar foi encontrado ovo de Enterobius vermicularis pelo método de Graham. De 29 amostras de sujidade das mãos 6,9 % (n=2) foram positivas para Entamoeba coli e Ascaris lumbricoides. Das 31 amostras de fezes dos animais domésticos, 87 % (n=27) apresentaram resultado positivo para uma ou mais espécies de enteroparasitos. A constatação de parasitos transmitidos fecal-oralmente em algumas amostras mostra que a população estudada encontra-se em um ambiente de alto risco de reinfecção por enteroparasitos. Em fezes de um cão foram encontrados ovos da família Ascaridae, podendo este animal servir como disseminador. As más condições higiênico-sanitárias refletiram nos resultados encontrados neste trabalho, havendo a necessidade de intervenção política e de educação sanitária.

Palavras-chave: Enteroparasitos, Fontes, Infecção