RESUMO

Fungos endofíticos são encontrados no interior de diversas plantas sem lhes causar danos e comumente trazendo benefícios, o que justifica seu estudo. No Brasil, atualmente, a área de cultivo de milho (Zea mays L.) é muito grande, chegando a atingir 13.693,1 mil hectares anualmente, e o estado do Paraná lidera a produção nacional há mais de uma década. Por tais motivos, vários insetos conseguem atingir o nível de praga no milho, levando ao uso de agrotóxicos para diminuir os prejuízos da produção, os quais mesmo sendo eficazes, podem permanecer acumulados nas plantas e afetar os consumidores, assim como se depositar no solo e na água. Visando a diminuição no uso de tais substâncias agressivas, surgem novas estratégias promissoras empregando micro-organismos, especialmente fungos endofíticos, no controle de pragas. Para que o controle por meio de micro-organismos seja eficaz é necessário que os isolados estejam armazenados em uma coleção biológica e devidamente identificados. Dessa forma, o presente trabalho teve o objetivo de caracterizar fungos endofíticos do milho isolados de 10 plantas da cidade de Cascavel – PR em Agosto de 2012. A partir de 500 fragmentos foliares foram obtidos 328 isolados, representando um percentual de infecção de 65,6%. Posteriormente foram divididos em 58 grupos de acordo com suas características macromorfológicas. Até o momento já foram identificados ao nível de gênero, por meio de microcultivo (KERN; BLEVIS, 1999), 22,56% dos isolados. O isolado mais frequente é Mycelia sterilia (41,89%), seguido dos gêneros Alternaria sp (40,5% ), Nigrospora sp (8,10%), Trichoderma sp (4,05%), Drechslera sp (2,7%), enquanto os menos frequentes são Pestalotiopsis sp e Curvularia sp (1,35%). Dentre estes, Mycelia sterilia é um grupo de fungos que não produzem esporos reprodutivos, mas são comuns no ambiente, tendo importante potencial biotecnológico. Os gêneros Alternaria sp, Drechslera sp, Pestalotiopsis sp e Curvularia sp podem ser patógenos vegetais; Trichoderma sp é um grupo muito comum em vários solos, assim como Nigrospora sp, que é um importante decompositor de plantas e sementes. Nas próximas etapas do projeto, será realizada a purificação dos DNAs dos isolados, e, em seguida, o sequenciamento das regiões ITS do DNA ribossomal, visando à identificação ao nível de espécie.

Palavras-chave: Fungos Endofíticos, Zea mays, Identificação de Fungos