AVALIAÇÃO DA NEUROTOXICIDADE E DA TOXICIDADE SISTÊMICA DO METAMIDOFÓS EM RATOS ADULTOS

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Aluno de Iniciação Científica: Monique Leal Nogueira Barbosa (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)

Orientador: Paulo Roberto Dalsenter

Co-Orientador: Samanta Luiza de Araujo

Departamento: Farmacologia

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 21007004


RESUMO

Para suprir o aumento da demanda de alimentos, viu-se necessária a criação de compostos orgânicos que combatessem as pragas da lavoura. O metamidofós, um derivado do ácido fosfórico, consiste em um inseticida que aparentemente atendia a esta demanda. Entretanto, ao passo que seu uso foi disseminado, sinais de intoxicação aguda e crônica tornaram-se mais frequentes. Esta classe de inseticidas organofosforados é um tipo de agente parassimpaticomimético indireto,agindo sobre a enzima colinesterase, responsável pela cisão do neurotransmissor acetilcolina, ligando-se irreversivelmente ao sítio esterásico. O acumulo de Ach leva a superestimulação dos receptores colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos), relacionados às sinapses do sistema nervoso autônomo. Sua lipossolubilidade leva à absorção cutânea, respiratória e digestiva e a distribuição ocorre em todos os tecidos, conseguindo passar, inclusive, pela barreira hematoencefálica. Este experimento visa avaliar a provável indução de toxicidade sistêmica, neurotoxicidade e indução de sinais similares à depressão humana em ratas Wistar adultas expostas por um período prolongado. Os animais foram divididos em quatro grupo, sendo A o controle, B com o tratamento de metamidofós a 0,4 mg.kg-1, C com 0,04 mg.kg-1 e D com 0,004 mg.kg-1. A exposição diária foi feita por gavagemem um volume de 5mL/kg durante 37 dias. Diariamente foram realizados os testes de nado forçado e campo aberto, além da verificação da massa corporal e esfregaço vaginal. Foram visualizados alguns sinais clínicos, tais como salivação e tremores somente no final do período de exposição dos animais do grupo B. As massas do encéfalo, fígado, rins, útero no diestro e ovários no diestro, coletados no dia da morte, não apresentaram variação significativa entre os quatro grupos. Entretando, na quinta, sexta e sétima semana do experimento, foi observada uma diminuição de 7%, 7% e 7,6%, respectivamente, no ganho de massa corporal grupo exposto à maior dose, em relação ao grupo controle. Os resultados deste projeto ainda estão em desenvolvimento, porém já é possível afirmar que a intoxicação pelo organofosforado utilizado altera, a curto prazo, o desenvolvimento dos animais. Isso ocorre devido ao seu efeito residual de 10 a 12 dias mesmo após biotransformação, que ocorre nas primeiras 24 horas, sofrendo desaminação e desmetilação. Sua eliminação se dá pela urina, ar expirado e fezes.

Palavras-chave: Metamidofós, Organofosforado, Crônico