ULVANAS DE ALGAS VERDES MARINHAS, ULVA LACTUCA E ULVA FASCIATA: CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTICOAGULANTE.
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Aluno de Iniciação Científica: Letícia Lauren Dalmollin (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (MT)
Orientador: Maria Eugênia Duarte Noseda
Co-Orientador: Miguel Daniel Noseda
Colaborador: Pauline Laís Nasatto
Departamento: Bioquímica
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20801009
RESUMO
Os polissacarídeos de algas verdes marinhas do gênero Ulva denominados de ulvanas, vêm sendo pesquisados devido sua estrutura química que não tem paralelo com outras fontes de origem animal ou vegetal bem como devido as suas propriedades funcionais. Ulvanas foram extraídas das algas Ulva lactuca e Ulva fasciata, por extração aquosa a 80 °C (4 horas, 20 g/L), resultando nas respectivas frações polissacarídicas UL e UF, com rendimentos de 19,3% e 13,8%, respectivamente. As frações polissacarídicas UL e UF são sulfatadas (19,3 e 27,2%, respectivamente) e contêm em torno de 22% de ácidos urônicos, estes dados estão condizentes com o que já foi descrito na literatura para ulvanas. Após hidrólise ácida, redução, acetilação e análise dos derivados acetatos de alditóis, por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa, tanto a fração UL como a UF apresentaram ramnose como a unidade monossacarídica majoritária (47,5 mol% e 54,0 mol%, respectivamente), além de menores percentagens de glucose, xilose, galactose e 3- e/ou 4-metilgalactose. Os espectros de RMN de C-13 de UF e UL apresentaram, na região anomérica, dois sinais principais em 104,3 e 100,9 e em 104,4 e 100,9 ppm, respectivamente, atribuídos a unidades de ácido β-D-glucurônico e α-L-ramnose 3-sulfato (R3S) 4-ligadas. Sinais em 98,8 e 99,3 ppm correspondentes a unidades de R3S ligadas a unidades de xilose e xilose 2-sulfato, respectivamente, também são constituintes das ulvanas de U. lactuca e U. fasciata. Os ensaios de atividade anticoagulante (testes APTT) das frações UL e UF (10 a 10.000 μg/mL) demonstraram que as mesmas apresentam baixa atividade quando comparada a heparina. Deste modo, os grupos sulfato nestas ulvanas não estão em um posicionamento adequado para desempenho da atividade anticoagulante, como ocorre com outros tipos de polissacarídeos sulfatados.
Palavras-chave: Polissacarídeos ulvanas, Estrutura química, Atividade anticoagulante