ANÁLISE DA AÇÃO ANTIPROLIFERATIVA MEDIADA PELO HEXAHIDROXITRIFENILENO (HTF).

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Aluno de Iniciação Científica: Melyssa Kmecick (PIBIC/CNPq)

Curso: Biomedicina (MT)

Orientador: Sheila Maria Brochado Winnischofer

Co-Orientador: Herbert Winnischofer

Colaborador: Cristiane Regina Zuconelli, Juliana de Carvalho Neme Kenski

Departamento: Bioquímica

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20800002


RESUMO

Glioma é o tipo mais comum de tumor cerebral, caracterizado por alta letalidade, capacidade infiltrativa, invasividade e resistência aos tratamentos. A terapia padrão para o tipo mais agressivo e maligno dos gliomas (Glioblastoma multiforme, GBM) consiste de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Entre os quimioterápicos usados encontra-se a Cisplatina (CisDDP), que apresenta vários efeitos colaterais. Devido à alta letalidade e baixa sobrevida dos pacientes e os efeitos colaterais causados pelos tratamentos atuais, faz-se necessária a busca por novas terapias mais eficientes e que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Os complexos de Rutênio possuem potencial antitumoral e são uma alternativa terapêutica interessante, com a possibilidade de menores efeitos colaterais. O HTF é utilizado como ligante precursor de alguns complexos de Rutênio e mostrou ter atividade antiproliferativa em células de glioma. Dentro desse contexto, este projeto procurou avaliar a citotoxicidade do HTF em linhagens de células de glioblastoma humano (T98G e U87MG) e uma possível ação sinérgica da CisDDP e do HTF para aumentar a eficiência no tratamento antitumoral. Para isso, foram realizados ensaios para avaliar a viabilidade celular pelo método do MTT. As células foram tratadas com HTF (10mM), CisDDP (5 e 10 mM), e a combinação das duas drogas por um período de 48h. Os resultados mostram significativa redução da viabilidade, de ambas as linhagens de glioblastoma após tratamento apenas com HTF, atingindo 27% de redução para a linhagem U87MG e 18% para a T98G. Já nas condições em que foram utilizados co-tratamento de HTF + CisDDP houve significativo aumento de citotoxicidade para as duas linhagens utilizadas. Na linhagem T98G, a redução na viabilidade foi de 51 % após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM e 72% quando tratadas com CisDDP 10mM e HTF 10mM. A linhagem U87MG apresentou diminuição na viabilidade de 48% após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM e 63% depois de tratadas com CisDDP 10mM e HTF 10mM; vale ressaltar que nas condições de co-tratamento (HTF + CisDDP) o efeito citotóxico foi significativamente maior quando comparada a condição de tratamento apenas com o HTF 10mM. Foi observado que o HTF possui atividade antiproliferativa em células de glioblastoma humano e seu tratamento em conjunto com a Cisplatina, provocou um maior efeito citotóxico nessas células. Com base nos resultados, pode-se sugerir uma atividade sinérgica entre as duas drogas e uma possível estratégia terapêutica promissora no tratamento de gliomas humanos.

Palavras-chave: Hexahidroxitrifenileno (HTF), Glioma, Citotoxicidade