ESTUDO DO EFEITO DA EXPOSIÇÃO MÚLTIPLA AO LIPOPOLISSACARÍDEO SOBRE A DEGENERAÇÃO DOPAMINÉRGICA NA SUBSTÂNCIA NEGRA PARTE COMPACTA EM RATOS WISTAR

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Aluno de Iniciação Científica: Danielle Regina Bento Lessa da Silva (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Anete Curte Ferraz

Colaborador: Ana Marcia Delattre

Departamento: Fisiologia

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20702019


RESUMO

Nos últimos anos uma variedade de mecanismos foram propostos para explicar a etiologia da doença de Parkinson (DP) e sua progressiva perda neuronal dopaminérgica. Baseado nas hipóteses de que a DP é resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, e das evidencias que mostram que a reação glial e processos inflamatórios podem participar de uma série de eventos em cascata que levam à morte neuronal, neste estudo foi avaliado o efeito da exposição crônica ao lipopolissacarídeo (LPS) como fator desencadeante de uma perda progressiva dos neurônios dopaminérgicos, analogamente à realidade da perda gradual e contínua vista no paciente portado da DP. Para tanto, ratos Wistar com 12 semanas de idade foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação unilateral de cânula de espera para infusão intranigral de solução contendo 0,8?g/?l de LPS (grupo LPS) ou solução salina (grupo Sham). O dia da cirurgia foi considerado o dia 0, e as infusões foram realizadas nos dias 2, 6, 10 e 14 após a instalação da cânula. 48 horas após cada aplicação um grupo de animais foi ortotanasiado para quantificação dos neurotransmissores através de técnica cromatográfica. Os grupos foram submetidos a testes comportamentais para avaliação da motricidade através do campo aberto (CA) e memória de reconhecimento do novo objeto. Os dados foram analisados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. No teste do CA os animais do grupo salina e LPS, independentemente do número de injeções, não demonstraram alteração em nenhum dos parâmetros analisados. No teste de memória de reconhecimento do novo objeto, os animais dos grupos Sham permaneceram mais tempo explorando o objeto novo em relação ao familiar frente aos diferentes números de injeções (p<0,02). No entanto, o grupo LPS apresentou prejuízo de memória que se manteve independentemente do número de injeções (p<0,005). Muito embora todos os animais que receberam injeção intranigral de LPS tenham apresentado significativa redução na concentração de dopamina estriatal (p<0,01) esta redução não foi influenciada pelo número de injeções aplicadas (p=0,23). Assim, conclui-se que a aplicação de LPS pode gerar um processo suficiente para reduzir a concentração deste neurotransmissor e afetar o desempenho do teste de memória, todavia esta redução não se apresentou progressiva.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, Memória, LPS