ESTRESSE NA GESTAÇÃO E PERIPARTO: IMPACTO SOBRE APRENDIZADO E MEMÓRIA ESPACIAL

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Aluno de Iniciação Científica: Fabiana Carla Puntel (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Medicina Veterinária - Palotina (MT)

Orientador: Erica Cristina Bueno do Prado Guirro

Colaborador: Bárbara Amanda Bebber, Anderson Luiz de Carvalho

Departamento: Campus Palotina

Setor: Campus Palotina

Área de Conhecimento: 20404000


RESUMO

O estresse faz parte da vida e a necessidade de adaptar-se promove alterações neuroendócrinas e fisiológicas importantes. O estresse no periparto é capaz de interferir de modo permanente no comportamento, regulação neuroquímica, ansiedade, emocionalidade e cognição. Todavia persistem dúvidas sobre os efeitos tardios e permanentes gerados pelo estresse na fase gestacional. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do estresse na gestação e no periparto sobre o aprendizado e memória espacial de ratos do nascimento até o 90° dia de vida. Para tanto, foram utilizadas 20 ratas Wistar prenhes que foram divididas em cinco grupos experimentais: G1- sem estresse; G2- estresse do 3° ao 12° dia de gestação (a cada 48h, a rata foi submetida a nado forçado em água morna por 60seg e deixada por três horas em isolamento sob claridade); G3- estresse do 12° ao 21° dia de gestação (manejo idem G2); G4- estresse no periparto (do 3° ao 21° dia de vida, a ninhada foi separada da mãe e mantida sob claridade por 3 horas); G5- estresse do 3° ao 21° dia de gestação e do 3° ao 21° dia de periparto. No 30° (T1), 60° (T2) e 90°(T3), os 160 filhotes foram avaliados quanto ao aprendizado e memória espacial, utilizando-se do labirinto aquático de Morris, que é uma metodologia aceita internacionalmente. Neste teste, cada animal é individualmente colocado em uma piscina de 150cm de diâmetro, 50cm de altura e com 30cm de água morna, na qual é acrescido leite em pós para garantir turbidez. Uma plataforma transparente é colocada em um quadrante pré-determinado, a 1cm abaixo do nível da água. Ao lado da piscina há figuras geométricas que permitem o mapeamento espacial do ambiente. No mesmo dia, cada animal passa por quatro sessões de treino e um teste final, sendo o tempo de corte de cada sessão de 1 minuto. O teste final foi videogravado e foram avaliados: o tempo que o animal permaneceu no quadrante onde estava a plataforma (TQ); e o tempo necessário para subir na plataforma (TP). Os dados foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey (p<0,05). Os animais de G3, G4 e G5, em T1, levaram mais tempo para subir na plataforma, porém em T2 e T3 os tempos foram significativamente menores, mesmo quando comparados a G1 e G2. Em G1 e G2, os tempos mantiveram-se estáveis durante T1, T2 e T3. Quanto a TQ, os animais de G3, G4 e G5 apresentaram tempos menores que nos grupos G1 e G2, em todos os momentos de avaliação. Conclui-se que o estresse na segunda metade da gestação e/ou no periparto aumenta o aprendizado e a memória espacial de filhotes de ratos Wistar.

Palavras-chave: Cognição, Estresse, Filhotes