FUNGOS ENDOFÍTICOS: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DA COLEÇÃO DO LABGEM

0219

Aluno de Iniciação Científica: Marcela Silvestre Dias (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (MT)

Orientador: Vanessa Kava-Cordeiro

Colaborador: Felipe Borges dos Santos

Departamento: Genética

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20202008


RESUMO

Corantes têxteis são substâncias orgânicas solúveis utilizadas para conferir cor a fibras têxteis. Estes corantes podem ser prejudiciais quando descartados no ambiente sem tratamento adequado já que aumentam a turbidez da água dificultando a atividade de organismos fotossintetizantes e ainda alguns corantes apresentam ação carcinogênica. Devido aos problemas ambientais causados pelos corantes, tornou-se necessário o estudo de alternativas para o tratamento dos efluentes da indústria têxtil. A biodegradação apresenta papel importante no tratamento destes efluentes. Essa tecnologia consiste na modificação estrutural de substâncias poluentes utilizando organismos como fungos, bactérias, algas, entre outros. Organismos endofíticos vêm sendo muito estudados pelo seu potencial biotecnológico. São definidos como endofíticos todos os organismos capazes de colonizar tecidos internos dos vegetais sem causar qualquer dano aparente. O presente trabalho tem como objetivo analisar o potencial de fungos endofíticos na degradação de corantes têxteis. Inicialmente um único fungo endofítico (I4.8) foi testado quanto ao seu potencial na descoloração de três corantes do tipo Remazol: azul, amarelo e vermelho. Este fungo apresentou elevado potencial na descoloração do corante azul (aproximadamente 95%). O resultado para os corantes amarelo e vermelho não foram significativos nas condições ensaiadas. Os resultados promissores com o corante azul motivaram a repetição do experimento adicionando-se outros dois fungos endofíticos (I5.8 e U2.4A) . Neste experimento foram testadas diferentes suplementações de fonte de carbono, glucose, frutose e galactose (10 e 15 g/L) no meio de cultivo com os três corantes. Todos apresentaram elevada porcentagem de descoloração dos corantes testados, principalmente para o Remazol Azul (86 a 96%). Os resultados menos satisfatórios na procentagem de descoloração foram obtidos nos testes para o corante Remazol Amarelo (55 a 72%) enquanto que para o Remazol vermelho foi de 72 a 86%. Houve diferença de resposta dos três isolados em relação à fonte de carbono utilizada, denotando o potencial de melhoramento de resposta de descoloração utilizando diferentes condições de cultura para cada isolado. Os três isolados de fungo utilizados estão sendo identificados por análise morfológica e sequenciamento da região ITS e também outros experimentos com diferentes condições de cultivo serão ensaiadas visando aumentar a porcentagem de descoloração dos corantes do tipo Remazol, muito utilizados na indústria têxtil.

Palavras-chave: Corantes Têxteis, Fungos Endofíticos, Biodegradação