RESUMO

A citricultura Brasileira apresenta sérios problemas fitossanitários, em especial a Mancha Preta dos Citros, doença causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa. Esta deprecia o valor comercial de frutos cítricos destinados ao mercado de frutas frescas, reduz a produtividade devido à queda prematura dos frutos, aumenta o custo de produção, e causa sérias restrições na exportação de frutos. Emprega-se atualmente o controle químico, que além de aumentar o custo de produção traz prejuízos para a saúde humana e para o meio ambiente. Torna-se perceptível assim, a importância de estudos envolvendo controle biológico. Uma das formas encontradas para o controle de tal doença é a associação de microrganismos endofíticos, que se associam às plantas de forma mutualística, competindo com o patógeno. O estudo in planta desta relação entre endófitos e patógeno é facilitada por meio do emprego de linhagens transformadas destes fungos contendo genes repórteres (GFP e DsRed) expressando proteínas de fluorescência. Em editais anteriores já foram obtidas linhagens do patógeno Phyllosticta citricarpa e de uma espécie endofítica P. capitalensis expressando a proteína verde fluorescente (GFP), porém os transformantes de P. capitalensis não foram ainda caracterizados. Além disso, estudos da interação são facilitados se genes repórteres diferentes forem utilizados em cada espécie de fungo. Assim, objetivou-se a agrotransformação de endófitos expressando o gene repórter DsRed (proteína vermelha fluorescente), bem como a caracterização dos transformantes de P. capitalensis GFP. Inicialmente, o vetor contendo o gene DsRed foi inserido em A. tumefaciens pelo método de transformação via eletroporação para posterior transformação fúngica. Para tanto, estão sendo avaliados diferentes variáveis quanto ao tempo e condições de co-cultivo bactéria + fungo. Quanto a caracterização dos transformantes de P. capitalensis expressando o gene gfp, foram avaliadas 14 colônias quanto a estabilidade mitótica após 5 gerações. A expressão do gene gfp foi verificada em microscopia fluorescente e apenas 5 mantiveram-se estáveis. Tais linhagens foram avaliadas por PCR quanto a presença do gene, e caracterizadas morfologicamente a fim de se obter a linhagem com características morfológicas e fisiológicas mais semelhante a linhagem selvagem para os estudos futuros de controle biológico.

Palavras-chave: Phyllosticta Capitalensis, Mancha Preta dos Citros, Agrotransformação