RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS BENZIMIDAZÓIS E MUTAÇÕES NO GENE B-TUBULINA EM LINHAGENS DE COLLETOTRICHUM SP. UTILIZANDO COMO MODELO MONILINIA FRUCTICOLA

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Aluno de Iniciação Científica: Hannah Ebbinghaus de Araujo (PIBIC/CNPq)

Curso: Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (MT)

Orientador: Chirlei Glienke

Colaborador: Juliana Marta Muehlmann Fischer, Louise Larissa May de Mio

Departamento: Genética

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20202008


RESUMO

Fungos dos complexos Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides são descritos como causadores da doença Queda Prematura dos Frutos Cítricos (QPFC). Existem diferentes padrões de resistência aos fungicidas do grupo benzimidazóis em espécies de Colletotrichum presentes em pomares cítricos, sendo C. acutatum resistente, enquanto C. gloeosporioides era descrito como sensível a este fungicida. Em estudos com centenas de linhagens de C. gloeosporioides provenientes de pomares cítricos, o LabGeM encontrou alta freqüência de linhagens resistentes ao fungicida carbendazim (um benzimidazol). Experimentos laboratoriais, como a avaliação de crescimento micelial em meio de cultura com diferentes concentrações de fungicida e o sequenciamento de genes têm demonstrado que este fungo pode possuir características semelhantes às descritas para vários fitopatógenos, como Monilinia fructicola. Nestes fungos, a presença de mutação no códon 198 (E198A) do gene beta-tubulina, confere resistência a benzimidazóis. Além disto, outras substituições de nucleotídeos parecem ser responsáveis por padrões de resistência distintos, possibilitando classificar os isolados em sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). De acordo com a literatura, em M. fructicola, uma substituição no códon 6, (de CAT para TAT) é responsável pelo padrão LR. A mutação no códon 198 é observada nos isolados com alta resistência (GAA para GCA). Alguns trabalhos relatam a existência de linhagens resistentes de C. gloeosporioides em função de uma mutação no códon 200. Entretanto, não existe consenso sobre qual é o padrão de resistência observado em Colletotrichum, em especial em linhagens de pomares cítricos do Brasil onde este fungicida foi utilizado por décadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a similaridade entre os padrões de resistência de C. gloeosporioides e Monilinia fructicola através do sequenciamento do gene beta-tubulina. Para tanto, foram realizadas avaliações de resistência utilizando benzimidazóis e o sequenciamento do gene beta-tubulina em linhagens das duas espécies. O teste discriminatório com fungicida separou os isolados de C. gloeosporioides em resistentes (R) e sensíveis (S) e de Monilinia fructicola em sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). O sequenciamento do gene beta-tubulina tem demonstrado as substituições nos códons citados para M. fructicola, porém nenhuma mutação clássica foi encontrada nos isolados de C. gloeosporioides. Foi, entretanto encontrada uma substituição ainda não caracterizada nestes isolados.

Palavras-chave: Fungos Patógenos, Substituições, Podridão Parda