RESUMO

O litoral paranaense em março de 2011 vivenciou um quadro climático extremo, proporcionado por valores pluviométricos excessivos os quais provocaram impactos socioeconômicos e ambientais negativos na face oeste da Serra da Prata, unidade de relevo pertencente a Serra do Mar. Tal quadro, atingiu na forma de fluxos de massa e alagamentos principalmente os municípios de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba. As áreas de despejo das bacias de drenagem destas regiões se dão no eixo E-W do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP), correspondente as baías de Antonina a montante e Paranaguá a jusante. Neste contexto, estima-se que os processos relacionados ao aporte de água doce, como a intrusão de sedimentos fluviais, foram possivelmente intensificados, resultando em modificações na configuração do sedimento de fundo da Baía de Antonina. O objetivo deste trabalho é avaliar se estas mudanças ocorreram comparando os valores granulométricos encontrados neste estudo com dados pretéritos à 2011 através do método de Análise de Componentes Principais (PCA). As análises estatísticas deste trabalho foram baseadas em 50 amostras coletadas em pontos ao longo da baía de Antonina, priorizando seus principais cursos d'água, Nhundiaquara, Cachoeira e Faisqueira, e posteriormente submetidas à análises laboratoriais de peneiramento e pipetagem, além da quantificação de CaCo3 e matéria orgânica associadas às amostras. Os resultados preliminares de comparação visual obtidos sugerem mudanças no padrão sedimentar da região, uma vez que 44,8% das amostras sofreram aumento em seu diâmetro médio, 41,3% sofreram diminuição do seu diâmetro médio e 13,7% não apresentaram mudanças significativas. De forma geral, foi observada uma leve melhora no grau de seleção dos sedimentos, passando de 58,6% para 31,1% os muito pobremente selecionados, de 31,1% para 44,8% os pobremente selecionados e de 6,8% para 20,6% os moderadamente selecionados.

Palavras-chave: Fluxos de Massa, CEP, Granulometria