MORFOLOGIA DOS ÓRGÃOS DE KÖLLIKER DE PARALARVAS DE OCTOPUS VULGARIS (CEPHALOPODA: OCTOPODIDAE) EM RESPOSTA A DIFERENTES SALINIDADES

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Aluno de Iniciação Científica: Juliana Midori Huy (PIBIC/CNPq)

Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: Erica Alves Gonzales Vidal

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10801006


RESUMO

Os cefalópodes são invertebrados altamente desenvolvidos. A espécie alvo deste estudo, Octopus vulgaris tem como estratégia de vida a produção de grande quantidade de ovos de pequeno tamanho, os quais produzem indivíduos planctônicos que durante esta fase ocuparão um nicho ecológico diferente dos adultos bentônicos. Nestes indivíduos, denominados paralarvas, é possível verificar a existência de ultraestruturas semelhantes a tufos, denominados Órgãos de Kölliker (OK). Várias hipóteses existem a fim de investigar a funcionalidade destas estruturas, a qual ainda é desconhecida, tais como: auxílio na flutuabilidade, osmorregulação e mecanismo de defesa contra predadores, relacionados com a sobrevivência durante a fase planctônica. Este trabalho explora as possíveis respostas morfológicas dos OK em relação à osmorregulação, importante mecanismo fisiológico para sobrevivência no ambiente marinho. Os objetivos são: 1) comparar e descrever o número médio de OK presentes em uma área de 10000µm2 nas regiões do manto, cabeça e braços de paralarvas recém-eclodidas de Octopus vulgaris sob diferentes salinidades e, 2) obter a densidade média de OK que romperam a epiderme e seu diâmetro médio nas mesmas regiões do corpo das paralarvas sob diferentes salinidades. O experimento abrangeu cinco salinidades – 15, 20, 27, 34 e 37 – e as análises foram realizadas com o uso de imagens de microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostram que, no que diz respeito à densidade de OK, número de OK irrompidos e diâmetro médio em paralarvas de mesma salinidade, existe diferença entre as regiões do corpo. O manto apresenta a maior densidade média (7,3; 8,3; 8,8; 4,9 e 4,5 em 10000µm2, nas salinidades 15, 20, 27, 34 e 37 respectivamente), porém, apesar de os braços possuírem menor densidade (4,6; 3,1; 5,4; 2,8 e 3,6 a cada 10000µm2) e diâmetro médio dos tufos (8,8; 10,6; 9,3 e 12,5 µm nas salinidades 15, 20, 27 e 37 respectivamente), existe uma maior proporção no número de OK irrompidos por área (1,6; 2,2; 4,7; 0,5 e 3,6). Quando realizada a comparação entre áreas do corpo das paralarvas sob diferentes salinidades, as respostas morfológicas mais notáveis nos OK ocorrem em salinidade 27, isto é, um maior número de OK irrompidos foi observado nesta salinidade (50% dos OK presentes na área) em relação às demais.

Palavras-chave: Osmorregulação, Ecologia Experimental, Ultraestrutura