ABUNDÂNCIA E VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE ESPÉCIES DOMINANTES DE FITOPLÂNCTON NO LITORAL PARANAENSE E ANÁLISE INICIAL DOS SEUS ESPECTROS DE ABSORÇÃO

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Aluno de Iniciação Científica: Ícaro Marx Cuesta Duarte (IC-Voluntária)

Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: Luiz Laureno Mafra Júnior

Colaborador: Maurício Almeida Noernberg, Byanka Myzerkowski

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10801006


RESUMO

Foram realizados dois estudos complementares que nos permitem estabelecer padrões em relação aos espectros de absorção de cada grupo fitoplânctônico.No primeiro trabalho, comparamos a abundância e composição fitoplanctônica em cinco pontos da Baía de Paranaguá (PR) com os coeficientes de absorção do fitoplâncton (afito(?)). No dia 05/04/2012 foram coletadas amostras subsuperficiais para identificação taxonômica e contagem das células >20µm (microfitoplâncton). Foram registrados 36 táxons distintos, dentre diatomáceas penadas (13), cêntricas (12) e dinoflagelados (11). A abundância total seguiu um gradiente crescente em direção ao interior do estuário, apresentando mínimo no ponto 1 (mais externo) e máximo no ponto 4 (transição entre setores meso e eurihalino). Tal gradiente foi dominado pela diatomácea Guinardia delicatula, com abundância entre 30.100 cel·L-1 no ponto 1 e 183.900 cel·L-1 no ponto 4.. A elevação do coeficiente de absorção (afito) na faixa da clorofila-c total (?=630-639nm) corroborou a dominância de diatomáceas. Adicionalmente,a partir do segundo estudo foram fornecidos dados preliminares sobre os coeficientes de absorção específica do fitoplâncton, a partir de cultivos de células isoladas da baía de Paranaguá (PR).Rhodomonas lens (criptofícea), Tetraselmis suecica (clorofícea), Prorocentrum minimum (dinoflagelado), Coscinodiscus wailesii e Pleurosigma sp. (diatomáceas) foram as espécies cultivadas. Os cultivos apresentaram concentrações médias de 6,99·105, 9,8·105, 7,03·104, 6,72·101 e 1,15·105 cel·ml-1, e concentrações de clorofila-a de 221,3, 814, 57,9, 81,2 e 383,4 µg·dm-3, respectivamente, rendendo conteúdos celulares de clorofila-a entre 0,32 pg·cel-1 (R. lens) e 1208 pg·cel-1 (C. wailesii). Ainda que todos os cultivos tenham apresentado coeficiente de absorção mais elevados em torno das faixas de absorção da clorofila-a (443 e 675 nm). Os resultados preliminares indicaram algumas feições peculiares, como os picos de clorofila-b (483 nm e 650 nm) exibidos pela clorofícea, único dos cultivos a ter esse pigmento detectado. A criptofícea apresentou alto coeficiente de absorção na faixa dos carotenóides (~480nm), além de picos característicos na região da clorofila-c total (630–640 nm). Além desta, as diatomáceas C. wailesii e Pleurosigma sp. também apresentaram picos de absorção correspondentes à clorofila-c (total). Este trabalho contribui para o estudo da especificidade da absorção espectral entre as distintas classes fitoplânctônicas.

Palavras-chave: Fitoplâncton, Coeficiente de Absorção, Baía de Paranaguá