RESUMO

A disponibilidade de informações a respeito de espécies de peixes presentes em ambientes recifais ainda é restrita no Brasil, não sendo suficiente para o desenvolvimento de planos de manejo, que possibilitam o monitoramento e a preservação desses ambientes. Apesar do aumento considerável dos estudos sobre peixes recifais nos últimos anos, o litoral do Paraná ainda representa uma lacuna no conhecimento científico nesta área. A maior parte dos estudos de peixes da Baía de Paranaguá utilizou metodologias que pouco contemplam os ambientes recifais. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi atualizar a base de dados de peixes de habitats consolidados do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP). Foram realizadas amostragens semanais, entre outubro 2012 e abril de 2013, em ambientes naturais com substrato consolidado e ambientes artificiais do Complexo Estuarino de Paranaguá, através de mergulhos em apnéia, arbalete e espinhel. Foram identificados nas observações de campo exemplares de peixes de 18 ordens, 46 famílias, 83 gêneros e 98 espécies. Uma maior diversidade de espécies foi observada nas famílias Carangidae (10 espécies), Serrandidae (8), Haemulidae (7), Syngnathidae (6), Ariidae e Tetraodontidae (5 cada), Lutjanidae e Atherinopsidae (4 cada), com 32 famílias apresentando entre ente uma e três espécies, na sua maioria (26 famílias) representadas na área por apenas uma espécie. Os levantamentos realizados até o momento constataram pela primeira vez no Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) a presença de espécies das famílias Muraenidae, Pomacentridae, Pomacanthidae, Chaetodontidae e Scaridae e das espécies Dasyatis zugei, Dasyatis americana, Aetobatus narinari, Gymnothorax funebris, Epinephelus marginatus, Hyporthodus niveatus, Mycteroperca acutirostris, Mycteroperca microlepis, Rypticus saponaceus, Serranus flaviventris, Lutjanus cyanopterus, Lutjanus jocu, Abdefduf saxatilis, Stegastes fuscus, Stegastes variabilis, Pomacanthus paru, Chaetodon striatus, Sparisoma axillare e Odontoscion dentex. Essas novas ocorrências para a área do CEP, representam para área um acréscimo de 8% e 9% no número de famílias e espécies, respectivamente.

Palavras-chave: Checklist, Ictiofauna, Censo Visual