FASES DE CRISTALIZAÇÃO DE DOLOMITA ASSOCIADA A PROCESSOS TERMOBÁRICOS: USO DA TÉCNICA DE CATODOLUMINESCÊNCIA

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Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Thaís Ferreira Oste (FUNPAR)

Curso: Geologia (MT)

Orientador: José Manoel dos Reis Neto

Departamento: Geologia

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10701010


RESUMO

Os processos termobáricos estão associados a fluidos hidrotermais com temperatura e pressão no campo da diagênese, com capacidade para gerar fraturamentos e estilolitos na rocha encaixante. As fraturas se tornam conduto para a circulação dos fluidos quentes. Processos termobáricos em rochas carbonáticas estão associados a fluidos promotores de dissolução, o que gera porosidade secundária e brechação da rocha encaixante. Brechas carbonáticas, com sua gênese relacionada a processos termobáricos, apresentam paragênese mineral constituída por dolomita do tipo em sela, ou seja, carbonato de cálcio e magnésio com hábito do tipo "capa de espada", dentre outros minerais indicadores desse tipo de processo. A presença de dolomita em sela indica a participação de magnésio no sistema, bem como entrada de manganês e ferro em sua estrutura cristalina. Dentre as técnicas analíticas disponíveis, a catodoluminescência (CL) consiste no bombardeamento de elétrons sob um material, o qual tem capacidade de emitir luz ao ser excitado. A técnica de CL é uma ferramenta importante para a diferenciação de fases de cristalização do mineral. A luminescência de carbonatos está relacionada com a presença de íons inibidores e ativadores em sua estrutura, no caso Fe2+ e Mn2+ respectivamente, que se apresentam em solução em maiores ou menores quantidades devido ao quimismo dos fluidos. Sendo assim, este trabalho visa caracterizar, por meio da análise de catodoluminescência, as diferentes fases de formação de dolomita em função da variação das condições físicas e químicas do meio. A dolomita do tipo em sela dos afloramentos da Faixa Itaiacoca, no município de Castro, Paraná, se apresenta com feições euédricas e com hábito em ponta de lança. Análises por CL evidenciaram cores variando de amarelo alaranjado a vermelho acastanhado de intensidade moderada, indicando uma variação do núcleo em direção as bordas dos cristais quanto às proporções de Fe2+ e Mn2+. Desta maneira, podem-se determinar diferentes fases de crescimento de dolomita em sela a partir da borda de clastos fragmentados da brecha carbonática. Foi possível identificar variações químicas dos fluidos hidrotermais, as quais foram visualizadas nas zonações de cores da dolomita sob CL. A aplicação da técnica de catodoluminescência mostrou-se efetiva quanto à caracterização de diferentes fases de cristalização de dolomita do tipo em sela.

Palavras-chave: Dolomita em Sela, Catodoluminescência, Faixa Itaiacoca