DESSORÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS EM SOLOS CONDICIONADOS COM SUBPRODUTOS DO XISTO

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Aluno de Iniciação Científica: Rafael Jörg Bieberbach de Presbiteris (IC-Voluntária)

Curso: Química (MT)

Orientador: Prof. Dra. Iara Messerschmidt

Co-Orientador: Dra. Betânia Fraga Pereira

Colaborador: MSc. Jennifer Vanelle dos Santos (Doutoranda)

Departamento: Química

Setor: Setor de Ciências Exatas

Área de Conhecimento: 10604073


RESUMO

No processo de beneficiamento do folhelho pirobetuminoso (xisto) em São Mateus do Sul, PR, executado pela Unidade de Negócios do Xisto (Petrobras-SIX), são gerados vários subprodutos. O xisto retortado (XR), subproduto gerado em maior quantidade, tem em sua composição considerável teor de matéria orgânica (15%), elevado teor de silício (52%) dentre outros nutrientes, características que o tornam potencial insumo para a agricultura. Apesar destes benefícios, a possível liberação de elementos traço deste subproduto para o solo e águas subterrâneas é uma preocupação. Assim, é de grande relevância que sejam conduzidos estudos detalhados sobre a segurança ambiental da utilização do XR como condicionador de solo, em termos da dinâmica de lixiviação de elementos traço, bem como de macro e micronutrientes. Neste sentido, o Projeto Xisto Agrícola, uma parceria entre a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Petrobras (São Mateus do Sul, PR) tem como principal objetivo o uso dos subprodutos do xisto como insumo agrícola. Foram estudadas amostras de solo (Argissolo Vermelho distrófico arênico) coletadas na área experimental do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Os experimentos de campo consistiram em quatro diferentes tratamentos do solo, sendo um testemunha (T1), sem adição de XR, e os demais com a adição de 750, 1500 e 3000 kg ha-1 de XR (T2, T3 e T4, respectivamente), os quais foram conduzidos em sistema plantio direto com rotação de culturas de espécies anuais de verão e de inverno. Até o momento foram analisadas amostras de solo em três épocas de coleta, sempre ao final de cada safra agrícola de verão e de inverno. As amostras coletadas foram utilizadas em ensaios de dessorção em batelada, nos quais 2 g do solo são adicionados a 40 mL de água ultrapura para em seguida serem agitados por 24 horas, centrifugados e filtrados em membrana de acetato de celulose 0,45 ?m. Os extratos aquosos foram analisados por medidas de pH, condutividade elétrica e concentração de elementos químicos dessorvidos (ICP OES). Os resultados foram comparados com a legislação brasileira vigente (CETESB e CONAMA) e quanto às diferenças observadas entre tratamentos e entre cada coleta. De modo geral, sugere-se que a adição do XR favorece o aumento da concentração de macronutrientes nos extratos de solo, como Ca, Mg e Fe sem alterar as concentrações de elementos traço, como Cr e Pb. Este trabalho está em andamento e conclusões adicionais com respeito à segurança ambiental do uso deste material serão obtidas.

Palavras-chave: Solo, Subprodutos do Xisto, Dessorção