RESUMO

Juntamente com a necessidade cada vez maior de substituição dos combustíveis derivados do petróleo por outros de origens renováveis e menos poluentes, pesquisas nessa área vêm conquistando cada vez mais espaço, focando custos e eficiências melhores que as das fontes energéticas tradicionais. O biodiesel é um exemplo bastante promissor de combustível alternativo, atualmente em ascensão, no consumo energético mundial. No Brasil, a matéria-prima predominante para o biodiesel é o óleo de soja, mas outras fontes para a produção de biocombustíveis vêm sendo estudadas, como óleo de palma, óleo de girassol, gordura animal e muitas outras de menor valor comercial. Apesar das vantagens na utilização destes combustíveis, seu uso ainda apresenta algumas limitações. Com a redução da temperatura ambiente, tanto o óleo diesel mineral quanto o biodiesel sofrem aumento de viscosidade e iniciam a cristalização. Para o biodiesel, a solidificação se dá em temperaturas mais elevadas, dificultando assim seu transporte e armazenamento, podendo inviabilizar sua utilização. Visando a solução desse problema, mais acentuado em regiões de baixas temperaturas, aditivos poliméricos vêm sendo desenvolvidos para reduzir o ponto de névoa (CP temperatura em que cristais começam a ser formados) e o ponto de fluidez (PP temperatura na qual o combustível deixa de fluir). Com o objetivo de reduzir o PP e o CP do biodiesel e de suas misturas com petrodiesel, foram desenvolvidos neste projeto aditivos da classe dos ésteres copoliméricos de cadeia longa, a partir de metacrilatos de alquila, acrilatos de alquila e dos álcoois dodecanol e tetradecanol. Para alcançar as características desejadas de aditivo polimérico, o monômero metacrílico foi primeiramente transesterificado e então copolimerizado com o ácido acrílico, para posterior esterificação das unidades ácidas do copolímero. Os polímeros sintetizados foram caracterizados por FTIR e avaliados no desempenho sobre as propriedades de fluxo a frio, por determinação dos valores de PP e CP de amostras puras e aditivadas de éster etílico de soja B100 (biodiesel puro), B20 (20% de biodiesel e 80% de petrodiesel) e B5 (5% de biodiesel e 95% de petrodiesel), com diversas concentrações de aditivo, na faixa de 25 a 1000 ppm. Excelentes resultados foram obtidos nos testes com os aditivos poli(metacrilato de dodecila-co-acrilato de tetradecila) e poli(metacrilato de dodecila-co-acrilato de dodecila), reduzindo o ponto de fluidez do biodiesel etílico de soja para -17 ºC e -19 ºC, respectivamente.

Palavras-chave: Biodiesel Etílico de Soja, Aditivos Poliméricos, Ponto de Fluidez