RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO JUNDIÁ RHAMDIA QUELEN AO ESTRESSE DO TRANSPORTE SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CLORETO DE SÓDIO NA ÁGUA.

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Aluno de Iniciação Científica: Ananda Letícia Almeida Cordeiro (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Tecnologia em Aqüicultura - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: Fabiano Bendhack

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10000003


RESUMO

O jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe de água doce e hábitos bentônicos, que pode ser encontrado no fundo de lagos de água salobra por suportar até 0,9 g/L de sal na água. O uso de sal (NaCl) em cultivos dulcícolas tem sido empregado não apenas para auxílio na regulação osmótica dos peixes e como método profilático á possíveis doenças,mas como atenuante ao processo de estresse destes animais. O objetivo desse trabalho foi avaliar as respostas fisiológicas do jundiá ao estresse do transporte sob diferentes concentrações de cloreto de sódio na água. O experimento teve início com a despesca de dez peixes provenientes de viveiro escavado,para avaliação do estado basal (GC). Para o transporte (duração de 3 horas) foram utilizados 330 peixes (25,91 ± 2,16 cm e 360,98 ± 99,20 g) do mesmo viveiro, que foram distribuídos em três caixas de transporte com capacidade de 250 litros cada, que compuseram os tratamentos: 0 (T0); 8 (T8) e 12 (T12) gramas de NaCl/L. Para avaliação do estado fisiológico, foram retiradas amostras de sangue de dez peixes de cada tratamento com intuito de analisar as seguintes variáveis sanguíneas: cortisol, glicose, sódio, cloretos, potássio e cálcio. Os parâmetros de qualidade da água como: ph, oxigênio dissolvido, temperatura e amônia da água do transporte, foram acompanhados e sofreram pouca alteração e mantiveram-se dentro das condições aceitáveis para a espécie. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, as médias foram submetidas à ANOVA e quando apresentadas diferenças, comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%. Para o cortisol, os peixes do GC apresentaram-se com níveis elevados, contudo, não houveram diferenças significativas entre os tratamentos e entre os tratamentos e o GC. Os níveis de glicose plasmática apresentaram-se maiores nos peixes do T8 em relação aos peixes do GC, não apresentando diferença com os demais tratamentos, porém, os peixes do T12 apresentaram tendência de elevação, acompanhando o perfil dos peixes do T8. As alterações iônicas apresentaram níveis elevados de sódio nos peixes do T8 e T12, já o cloreto sérico apresentou diminuição nos peixes do T12 em relação os peixes do GC e T0. O potássio não apresentou diferença entre os tratamentos e para o cálcio observou-se elevação nos peixes do T8 e T12. Com estes resultados foi possível concluir que o uso de sal, nas concentrações testadas, provocou aumento na glicose e alterações iônicas, quando comparados ao GC e ao T0, deste modo não sendo recomendado o uso destas concentrações, sugerindo novos testes em menores concentrações.

Palavras-chave: Sangue, Peixe, Anatomia